CAPÍTULO 11

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SALVATORE 


- São só três meses, Salvatore!

Essa foi a frase que uma Natália de cara deslavada me disse, antes de me pedir uma licença para terminar seu mestrado em Portugal.

Só três meses!

Não me levem a mal, educação é algo importante da qual eu nunca privaria meus funcionários, mas Natália não era apenas minha funcionária. Era meu braço direito e esquerdo para manter as coisas sob controle. E a maldita já vinha organizando tudo pelas minhas costas, tinha até organizado minha agenda pelos meses que ficaria fora.

E é claro que ela havia conseguido me dobrar. E agora eu estava aqui, sem assistente e enlouquecendo. E ela estava lá, bebendo uma garrafa de vinho do porto todos os dias e me mandando fotos. Tirando minha irritação, eu estava feliz por ela. Ela merecia. E estaria de volta logo para a minha felicidade.

- Titi! – Uma voz doce grita agarrando meus joelhos, e quando olho para baixo, quase derreto ao ver os olhos caramelo de Melissa piscando docemente para mim.

- Oi, meu amor. – Eu digo, antes de pegá-la no colo e seguir para dentro da casa de Nina, que nos observa parada na porta, segurando uma Violeta emburrada no colo. Eu havia combinado de passar o dia com minhas sobrinhas para dar um descanso ao casal 20 e pelas bolsas sob os olhos de Nina, eu sabia que ela estava precisando.

- Oi, bebê. – digo, plantando um beijo na cabeça da minha irmã que me abraça como pode enquanto Violeta se afasta.

- O que é isso? Não vou nem mesmo ganhar um beijo? – Pergunto, dramático e vejo Violeta deliberadamente revirar os olhos para mim. Aquela pestinha.

- Ketchup. – É o que ela diz empinando seu narizinho irritado e dessa vez é Nina quem revira os olhos.

- Você não vai comer um vidro inteiro de Ketchup, Violeta, ou sua barriguinha vai ficar dodói. – Nina diz usando seu tom maternal de sempre.

- Barriguinha muito forte. – Violeta diz, encarando sua mãe como se fosse uma adulta também. Nina e Alex estavam fodidos com aquela ali.

- Tem razão, o que você acha de ir dar uma volta no parquinho com o Tio Salvatore? – Eu digo me intrometendo antes que a bonequinha irrite sua mãe.

- Algodão doce? – Ela pergunta, semicerrando os olhos para mim. Negociando! Eu, um homem de 32 anos estava negociando com uma garotinha de quase três. Que exemplo eu me tornei.

- Claro que sim. – Eu digo, seriamente e em três segundos recebo gritinhos e pulinhos de uma Melissa feliz e uma Violeta extasiada. Nina acaba rindo também e me sinto grato por poder presenciar momentos simples assim. Como eu amava essas três.

- Obrigada, vou aproveitar que Susu dormiu para descansar também. – Nina diz, me entregando Violeta que dessa vez vem de bom grado.

- Se precisar de ajuda basta dizer, bebê. – Digo, bagunçando seu cabelo. Ela sorri aberto para mim e me abraça com força.

- Amo você.

- Te amo também.

Andamos até minha caminhonete e Nina abre a porta para que eu acomode as duas em suas cadeirinhas que sempre ficavam no meu carro. Todos nós não brincávamos com segurança, principalmente quando se tratava das gêmeas, e com o ciúme que sentíamos, elas estavam em uma casa diferente a cada final de semana.

Quando termino de prender Melissa em sua cadeirinha rosa, Nina solta uma risadinha.

- Ainda não consigo acreditar que você subornou Mariana a não vender a cadeirinha pro Dani.

REDENÇÃO - Irmãos Fiori: Livro III - COMPLETOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora