CAPÍTULO 35

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SALVATORE


- Eu não acredito nisso! – é minha irmã mais nova que grita, chamando a atenção de toda a nossa família para a entrada do restaurante. Onde eu e Maria estamos. De mãos dadas. E uma Natália que parece muito satisfeita ao colocar dois dedos na boca e assobiar tão alto que meu tímpano vibra.

Meus irmãos idiotas entram na onda, bantendo palmas, gritando e assobiando feito a maluca da minha melhor amiga. Até mesmo meu pai e minha mãe que tentavam se abster das loucuras das nossas vidas, parecem completamente eufóricos, batendo palmas juntos. Minhas sobrinhas amam a festa e saem correndo pelo quintal, dando gritinhos felizes, sem saber o motivo para o súbito caos.

E já que o incêndio havia começado, não fazia mal tacar um pouco mais de gasolina, então rodopio Maria em minha mão, e a inclino em minha frente, grudando minha boca na sua em uma perfeita cena teatral, com seus cachos quase encostando o chão. Ela parece mais do que satisfeita, pois me beija, e posso sentir o sorriso em sua boca. E minha família vai a delírio mais uma vez, o que me faz gargalhar enquanto levanto Maria e a equilibro ao meu lado novamente.

Maria é engolida por braços e gritinhos felizes de Ana e Nina e minha mãe me alcança primeiro, com um sorriso brilhante em seu rosto, que era tão parecido com o meu.

Ela segura minhas bochechas como se eu tivesse recém completados cinco anos, e me puxa para baixo, para deixar meu rosto baixo o suficiente para que ela estale um beijo em minha testa.

- Ninguém nunca ficou tão animado com uma vitória minha em um campeonato. – Digo em italiano, sorrindo para ela. E Mama me olha com seus olhos castanhos, um sorriso cheio de sabedoria em seus lábios.

- Porque certas vitórias importam mais do que todas as outras, figlio.

Olho para Maria, sorrindo enquanto abraça meus irmãos, parecendo completamente feliz, radiante, satisfeita. Assim como eu.

- Sinto que ela passou como um trator por cima de mim, perdi de 10 à 0 para ela.

E isso faz Mama sorrir, enquanto passa seu braço pelo meu, me puxando para a mesa farta onde todos já estão se acomodando.

- E perder para o amor não é a derrota mais doce?

- A mais doce de todas, Mama. A mais doce de todas.





- Nem pense nisso, Salvatore! – Maria grita, antes que eu alcance o registro do chuveiro, girando do lado quente para o congelante antes que ela possa me alcançar. Quando a água fria a alcança, Maria dá um grito estridente que me faz rir. Ela pula feito uma gazela, tateando a parede para alcançar o resgistro sem entrar na água fria que sai da ducha potente da minha suíte.

- Eu avisei. – É o que eu digo, dando de ombros.

- Não avisou não! – Ela grita, depois de conseguir fechar o fluxo da água e se enrolar na toalha felpuda branca que ela havia me convencido à comprar em uma de nossas idas a sua loja de mil e uma utilidades favorita. De acordo com ela, já bastava meu mau humor sombrio, não precisava tudo a minha volta ser preto também.

O que fazia sentido.

- Avisei sim. Apenas cumpri o que você pediu. Como foi que você disse ontem à noite? – eu indago – "Não importa o que aconteça, não deixe que eu me atrase para a reunião de amanhã" – repito, aumentando muitos tons em minha voz para soar como ela.

REDENÇÃO - Irmãos Fiori: Livro III - COMPLETOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora