CAPÍTULO 34

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SALVATORE


Não preciso abrir meus olhos para saber que estou exatamente onde sonhei pelos últimos meses. Numa cama quente com o corpo macio e nú de Maria Clara contra o meu. Parece bobagem que eu esteja sorrindo tão abertamente antes de sequer abrir meus olhos, mas não consigo evitar. Meus músculos já estão se mexendo, e o sorriso já está aberto em meu rosto. A felicidade genuína que se expande em meu peito parece quente o suficiente para derreter meus órgãos.


Tudo havia sido tão perfeito.

Ela sobre mim. Nossos corpos juntos. Nossos corações sincronizados, numa cadência que parece ter esperado minha vida inteira para acontecer. E é assim que eu me sinto. Como se os últimos 33 anos tivessem sido a antecipação desse momento em que o peito dela sobe e desce sob a palma da minha mão. Os olhos fechados relaxados, as bochechas coradas, os cabelos espalhados para todas as direções. Os seios deliciosos se encondendo sob os lençóis.

Nua, adormecida nessa cama, ela faz meu coração doer.

Como eu poderia ter me apaixonado dessa forma? Dessa forma enlouquecedora, ardente, intensa, tão forte quando os meus ossos.

A resposta era clara: bastava que ela existisse. E aqui estava eu.

Vendo-a dormir e sorrindo. Que Deus nunca me castigasse por sacanear meus cunhados por serem exatamente assim. Devotos.

E quando Maria se espreguiça na cama, esticando os braços bronzeados e abrindo os olhos dourados para mim, dou graças por estar deitado, ou cairia de joelhos.

- Espero que você não esteja me encarando dormir feito um psicopata. - A voz rouca e melodiosa dela diz num sorriso, chegando aos meus ouvidos feito uma carícia.

- Você é bonita demais para o seu próprio bem. - eu profiro sério, esperando que ela enxergue a verdade em minhas palavras.

Maria apenas sorri mais, e nega com a cabeça me dispensando.

- Dormiu bem? - Ela me pergunta, fazendo um carinho suave em meu braço, e fico feliz por isso, o toque dela parecia mágica, acalmando tudo dentro de mim.

- Nunca dormi tão bem em toda a minha vida, Tesoro. Seu corpo foi feito para o meu.

- Eu concordo. - Ela diz, manhosa, parecendo completamente satisfeita. Antes que eu pense em agarrá-la, seu celular apita em sua mesa de cabeceira, sons de grilos e passáros preenchendo o quarto. - E temos que ir ou vamos nos atrasar para o trabalho.

Eu deslizo o dedo sobre a tela do telefone para calar a sinfonia inconveniente da natureza.

- Podemos ficar um pouco mais. Quero aproveitar a manhã com você. - Digo, a puxando contra meu peito. Seus seios nus pressionam minha pele e sinto o formigamento familiar entre as minhas pernas, denunciando o efeito que ela tem sobre mim. Maria sente também, pois corre a mão suavemente pelo meu peitoral, barriga, e para na beira do lençol que se acumula em meus quadris, escondendo minha ereção que parece gritar por ela.

- Não podemos não, chefinho. Somos responsáveis. - Ela cantarola, os dedos passando suavemente pela minha extensão. E nem olho para sua mão tentadora, é o rosto dela, nublado de desejo, que toma toda a minha atenção. Ela era tão sedutora sem ao menos tentar. E era minha.

- E é exatamente por isso que podemos perder uma manhã de trabalho. - Eu digo, afundando meu rosto em seu pescoço. - Podemos perder um dia inteiro, uma semana, um mês... - mordo sua pele morna, onde sua veia pulsa acelerada, denunciando que ela está tão afetada quanto eu.

Maria gargalha e em dois segundos escorrega das minhas mãos, correndo para fora da cama nua feito a noite, os seios generosos, a barriga suave, a boceta escondida entre as coxas grossas... Uma delícia. Cada centímetro dela.

REDENÇÃO - Irmãos Fiori: Livro III - COMPLETOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora