CAPÍTULO 12

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MARIA CLARA 


Chego no treinamento às 10h mas Salvatore não está em lugar nenhum. Nossos treinos seriam mais tarde agora que ele estava sem Natália e precisava das primeiras horas do dia para se organizar. Tinha sido uma pena saber que ela ficaria ausente pelos próximos meses, ela era o máximo.

Vou até o refeitório, salas de musculação e nenhum sinal do meu querido professor de quase dois metros que vinha perseguindo meus pensamentos. Nessa hora do dia, o complexo já está completamente cheio de pessoas se exercitando, funcionários andando de um lado para o outro e atletas praticando seus treinos surreais. Tudo é muito moderno e masculino, a cara de Salvatore, com inox, vidro e preto para todos os lados.

Às cinco da manhã meu mau humor e sono estão tão gritantes que mal conseguia reparar em todos os detalhes do espaço. E também a enormidade disso.

Só me resta olhar o escritório de Salvatore, então subo as escadas até o terceiro andar que é definitivamente mais tranquilo, já que é dedicado a artes marciais.

Abro a porta do escritório e o encontro completamente vazio. Vazio de seres humanos, no caso, porque a sala está um completo caos. A mesa de Salvatore está coberta de papéis, e tem toalhas e roupas espalhadas por todo o sofá encostado na parede. Tudo está fora de controle e subitamente entendo o mau humor particularmente irritante de Salvatore em nossa ultima aula. Ele deveria estar enlouquecendo em meio a essa bagunça.

- Maria Clara? – Uma voz masculina pergunta atrás de mim, me fazendo pular com o susto.

Um homem muito bonito de pele negra e cabeça raspada me olha da porta com um sorriso de desculpas. Uau. Será que Salvatore só contratava gente bonita?

- Eu sou o Caio. Trabalho aqui como nutricionista. Salvatore acabou de me ligar, disse que está tentando seu telefone e está caindo direto na caixa postal.

Eu bato minha mão em minha testa porque esqueci completamente de botar meu celular para carregar e agora ele deveria ter morrido em minha mochila.

- Fiquei sem bateria.

- Ele imaginou. Disse que teve um problema na sua reunião e vai se atrasar mais uma hora, pediu desculpas e perguntou se você pode voltar na parte da tarde ou se liga de esperar?

Olho para Caio e observo a bagunça ao meu redor, que parece ainda pior quanto mais tempo fico aqui dentro.

- Vou esperar. Obrigada por ter avisado, Caio.

- Imagina, precisando é só gritar, Salvatore disse que você saberia se acomodar.

- Na verdade, será que você me mostra onde ficam os materiais de limpeza?

- Vou pedir para alguém vir entregar os básicos para você.

- Perfeito.

Caio acena para mim e fecha a porta atrás de si, me deixando sozinha com a zona. Nem penso muito antes de começar a limpeza. Finalmente algo de útil para fazer.



Duas horas depois, Salvatore ainda não chegou e eu estou sentada em seu escritório perfeitamente organizado, sua mesa de madeira agora brilha pelo lustra-móveis, e os papéis estão organizados em uma pilha, separados por assunto e pelo que me parecia urgente pelos prazos gigantes que Natália havia escrito em vermelho nas bordas.

Estou terminando de escrever uma lista para ajudá-lo a manter as coisas sob controle, quando a porta se abre e um Salvatore parecendo completamente irritado surge usando calça jeans preta e blusa branca, parecendo uma versão mais gostosa e madura de Gabriel. Delicioso.

REDENÇÃO - Irmãos Fiori: Livro III - COMPLETOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora