EPÍLOGO

1.1K 158 32
                                    



MARIA CHIARA SIENNA ANTONELLA RICCI PETROVA LIMA FIORI  (Ufa!)


Fecho os olhos em direção ao sol, aproveitando o calor gostoso no quintal da casa de Mama, enquanto nossa família, agora expandida com muitos sobrinhos e netos, aproveitam a bagunça, gritando, rindo e batendo papo ao redor da grande mesa do quintal que já havia visto tantos acontecimentos.

Meu pedido de casamento. Meu anúncio de gravidez. A minha bolsa estourando.

E tantas outras memórias durante os últimos anos, que fica difícil de descrever.

Cinco anos haviam se passado desde a Bulgária, e durante alguns dias eu ainda tinha dificuldade em acreditar no que a minha vida havia se tornado.

Maria Chiara Fiori.

Mãe de trigêmeos.

Mulher do Salvatore Fiori.

Era meio inacreditável.

Apenas quando meu sobrinho Lucca, filho de Ana e Danilo, cutuca meu rosto, me fazendo abrir os olhos, é que volto para o presente, encontrando seu rostinho lindo e sorridente.

Ele era tão fofo, os mesmos olhos azuis de Ana, o cabelo escuro como o do pai. Lucca Montenegro ainda iria acabar com muitos corações.

Assim como todos os meus outros sobrinhos e sobrinhas.

- Tia Maria, posso pegar a Lily no colo? – Ele pede, fazendo um biquinho que me ganhou de primeira, desde que vi seu rostinho na maternidade.

Seu pedido me faz sorrir. Minha filha mais nova, Lilyana, já não era mais um bebê e deixaria bem claro isso assim que Lucca tentasse levantá-la. Com três anos completos, meus filhos eram forças da natureza.

A descoberta da gravidez havia sido, além de qualquer coisa, uma época muito conturbada. Entre as sessões de terapia e a volta para a rotina, havia sido muito dificil acreditar que eu poderia ser uma mãe melhor do que meus pais haviam sido. E eu ainda falhava. Mas os amava tanto, que acho que ninguém se importava.

Já meu marido, desde que soube que seria pai, ficou ainda mais insuportavelmente protetor. E ele era além de perfeito com as crianças.

A notícia de que eram trigêmeos fez a família muito feliz, e nos deixou muito, muito preocupados. Sem a ajuda de Nina no meses iniciais, tudo teria ido para o espaço.

E foi assim que minhas três preciosidades vieram ao mundo.

Matteo Heitor Petrova Fiori, meu primogênito, nomeado em homenagem ao seu avô.

Antonella Marina Petrova Fiori, nomeada em homenagem a sua avó Antonella e sua tia Nina.

Helena Lilyana Petrova Fiori, minha caçula, nomeada em homenagem à sua avó Helena e a senhora Lilyana Samir, que havia salvado a minha vida.

Cada um com sua personalidade distinta, e Fioris até o último fio de cabelo.

Que Deus permitisse que eu conseguisse chegar até os quarenta.

- Querido, você pode pedir à ela, só não sei se ela vai deixar.

E é isso que ele faz, sai correndo pela grama balançando os cabelos compridos, buscando pela prima. Lucca era apaixonado por eles.

De longe vejo Mama Helena segurando Matteo que está emburrado por alguma coisa como sempre. Meu filho era a cópia perfeita do pai. Emburrado, intenso e levemente obcecado pelas mulheres da sua vida.

Antonella está nadando na piscina com Daniel, dando gritinhos felizes que me fazem sorrir. Minha filha do meio era o meu pontinho de paz no mundo, ela era a mais parecida comigo, os mesmos cachos compridos e os olhos amendoados. E era apaixonada por seu padrinho, que a ajuda a bater as pernas enquanto tenta alcançar a borda.

Já Helena Lilyana, ou Lily, como todos a chamavamos, está fugindo de Lucca, correndo com as perninhas curtas feito o diabo corrento da cruz. Com os olhos do pai e minha boca, ela era a nossa mistura perfeita. Mas com a mesma personalidade do seu dindo Gabriel, que não perde tempo em pegá-la no colo, correndo o mais rápido possível de Lucca, que cai na gargalhada antes de correr atrás dos dois.

A visão de nossa família inteira embolada numa tarde feliz, me faz ter vontade de chorar.

E parecendo sentir minha mudança de humor, meu marido surge em toda a sua glória na minha frente, tapando o sol. Sem camisa, com a faixa de luz intensa ao seu redor, ele parece um deus grego de um dos meus sonhos mais pecaminosos.

E ele parece ler exatamente isso nos meus olhos, pois se agacha na minha frente, onde estou esparramada em minha canga, e me dá um beijo profundo, que faz minha cabeça girar.

- Oi, Tesoro.

E eu mal consigo responder.

- Cérebro derretido.

E ele apenas ri de mim, antes de plantar mais um beijo suave em minha boca.

- Está tudo bem?

E ele me excrutina daquela forma que apenas ele sabia, parecendo ler minha mente, meu corpo, que agora era tão dele quanto meu. Nós éramos um só, nos embolando e desembolando todos os dias, em direção aos nossos sonhos.

- Tudo perfeito, amor. – Confirmo, porque é verdade.

Eu amava minha vida completamente.

Tinha orgulho do quanto havia me esforçado por ela.

De tudo que havia moldado através de muita dor, desesperança, lutas e perdas.

Tudo havia me trazido até aqui.

Dizendo adeus ao passado, mantendo as boas memórias por perto, construindo um futuro de alegria com toda a força do meu coração.

Tudo cercado por uma muralha feita por nós dois.

Protegido e nutrido pela força mais poderosa do mundo, que havia nos guiado em cada passo do caminho: o amor.

- Tudo valeu a pena, Tesoro. – Ele afirma.

Não há duvidas nisso. Na nossa vida, quase nada era incerto.

Nossas fundações eram as certezas das possibilidades infinitas de uma vida construída através da verdade e do perdão.

Das mil capacidades de amar.

E disso eu entendia.

Puxo a boca do meu marido para mim de novo, e respondo contra a sua pele, setindo que o mundo começa e termina na risada que ele solta entre nós dois.

- Principalmente os abdominais. 

REDENÇÃO - Irmãos Fiori: Livro III - COMPLETOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora