viajem

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Eu to contanto as horas os dias
Monótono e repetitivos
Minha bagagem pesa
Meu cansaço
Me tortura

Foi a muito tempo
Que o sol se pos e não voltou
Agora vejo a lua ir
Levando companhia das estrelas

Vaguei pelo breu eterno
Não consegui sentir
Não consegui ver, falar
Solidão era única companhia

Eu pensei
Pensei tanto que afoguei
Sangrei
Chorei

No fim voltei ao início
Sol frio
Manhãs nubladas
Uma mera ilusão da felicidade
Espinhosos sem flores

Quando vi
Me senti pressionada
O peso da terra esmagava minha alma
A sete palmos
E não havia nenhuma grama sequer
Sobre túmulo de meus sentimentos

Meu grito não tinha som
Foi desesperador
Perdendo a cabeça em meio a multidão
Ninguém estendeu a mão

Passos apressados
A mochila em minhas costas pesavam como mortes de guerreiros
Eram meus anjos e demônios

Do céu caía sangue
Impreginava em minhas vestes brancas
Senti meu pulmão arder
O ar não chegava até meu estômago
Por isso as borboletas sufocaram
Morrendo silenciosamente
Como se nunca existissem

Sentada na beira
Observei horizonte
Ele dançava em espirais
Com certeza minha sanidade havia me deixado

Procurei por casas, lares
Estavam todos vazios
O som de sorrisos tristes ecoavam
E minha mente se sentia perturbada

Estava perto
Cheguei a meu destino
Mas se tornou um deserto
Sem cactos
Sem areia
Sem paz

Chorei
Sangrei
Sorri
E não cheguei a lugar algum.

Angústia & PoesiaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora