É um sufoco
Uma espinha incomoda em minha garganta
E tudo sangra para dentro
Escondido
Sempre assim, em silêncioEu grito pela poesia
Mas a arte nunca salvou um artista.Então corto a carne
Para que a dor não chegue a alma
Mas sempre chega
Sempre alcança o espírito cansado.Sim, o desespero
Tão fervente e continuo
Que o costume me deixou arisca.Está tudo um caos
Mas eu moro nesse caos
Nesse sufoco intermitente
Então aprendi a dançarNão, não dói menos
Não, não é bonito
Não, não é poético
Não é belo, nem admirável.Ser forte é o que nos torna fracos
Humanos medrosos encolhidos na própria sombra
Por isso choramos
Por isso vazamos
Porquê estamos constantemente contendo esse mar de dor, em um copo frágil.E o costume é o pior inimigo
Ele que produz esses risos forçados
Produz essa armadura frágil
Produz esse vazio angustiante no peito
Ele que nos suga a vida
Porque no fim, não vivemos.E esse espinho, ereta minha coluna
Mas tem quebrado com peso dessa dor
E ninguém vê
Porque o costume me mantém em pé.O nilismo estreita pelas bordas até sufocar
Mas estou sempre em sufoco
Sempre em dor
Sempre em telas vaziasUma arte, nunca salvou um artista
Mas o que seria de mim
Sem a poesia para me escutar.— Saturna
Milena
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Angústia & Poesia
PoetryO poeta sempre será produto da angústia ____ • Plágio é crime! ___ ☆ #1 Indagações (18/10)