𝐋𝐨𝐯𝐞 𝐒𝐡𝐨𝐭 - Dofia (Concluída)

➹Capítulo vinte e quatro➷

𝘿𝙤𝙫𝙚 𝙋𝙊𝙑

Entrei dentro do carro sentindo minha respiração ofegante, como se eu tivesse acabado de correr uma maratona. Liguei o carro e tirei o mais rápido dali, saí do prédio da D.C Books com uma rapidez desconhecida por mim. Apenas queria fugir. Quando notei já estava parando o carro na esquina da rua da D.C, desliguei o carro encostando minha cabeça no estofado do banco. 

Minha cabeça estava a mil. Desde que ouvi hoje mais cedo sobre a possível paixão da chefe na empresa fiquei em alerta na tentativa de escutar algo que pudesse dar informações sobre a pessoa que a chefe está apaixonada. Não era do meu feitio ficar escutando conversas alheias, porém fazia aquilo sem ao menos imaginar. Talvez isso seja por causa do meu trabalho. Na hora da saída estava indo entregar alguns papéis para China referente a reunião de hoje para poder ser repassado a Sofia, mas notei que ela estava conversando com a chefe sobre a pessoa que ela está apaixonada. 

A porta da sala estava entreaberta, me aproximei sem elas verem, não entendi o muito bem o que elas estavam dizendo, entretanto escutei algumas palavras, que são: praça, ela, desconhecida, beijo. Aquilo me assustou fazendo sair correndo dali o mais rápido possível, não sei se elas me viram ou irão questionar amanhã sobre quem estava espreitando por trás da porta. 

Praça… essa palavra me fazia lembrar do beijo em que tive com a desconhecida, na qual eu não encontro a um tempo. Portanto, escutar aquela palavra ser dita em voz alta me deixa um pouco desconfortável e alerta. Por qual motivo Sofia mencionou a palavra praça? Será que ela teve algum momento em uma praça? Será que… não! As chances daquilo acontecer eram nulas. Vivemos em uma cidade enorme onde contém várias praças, existindo uma possibilidade nula de ter sido na mesma praça. 

Como pude pensar na possibilidade dela ser a mulher que beijei?! 

Toda essa situação está me deixando louca e estressada. Respirei fundo algumas vezes. Porque eu tinha que gostar de uma pessoa desconhecida? Céus! O quão confusa estou com tudo isso. Apenas queria poder encontrar ela novamente e poder sentir seu corpo contra o meu. Voltei a ligar o carro, diz a manobra saindo dali, peguei a avenida principal que passava em frente a editora, comecei a fazer a trajetória até minha casa. 

[...]

Estacionei o carro em frente a praça, dei uma olhada para aquele imenso lugar de grama verde bem aparada. Durante o caminho até minha casa decidi vim na praça, na ideia de encontrá-la e poder acabar logo com tudo aquilo. Meu corpo queimava em ansiedade, poderia reconhecer ela de longe mesmo de costas, cada detalhe do seu corpo estava gravado em minha mente. Passei minhas mãos na calça a fim de secá-las, peguei meu celular da bolsa colocando no bolso da calça, tirei a chave da ignição abrindo a porta para sair. 

Dei a volta no carro adentrando a praça, meus olhos percorriam cada perímetro do lugar. Caminhei devagar entre as famílias e casais, sentindo uma pontada de inveja, meus olhos pararam em uma pessoa específica. Sentada no banco, o mesmo de dois meses atrás, sorri por finalmente encontrá-la, andei rápido na sua direção. No mesmo momento ela se levantou e começou a andar, aumentei os passos segurando ela. 

— Ei, eu sen… — minha fala morreu quando a pessoa se virou, não era ela — Desculpe! Pensei que fosse outra pessoa — sorri envergonhada soltando seu braço — Desculpe. 

Dei meia volta indo para outro lugar. Sentia uma vergonha crescer dentro de mim, eu definitivamente estava pirando! Acho que meu pai estava certo, se nos esbarramos algumas vezes porque não poderia acontecer novamente? Era melhor deixar o tempo agir no tempo dele. Ou talvez eu devesse esquecê-la e seguir em frente. 

Percorri o caminho para fora da praça, estava com vergonha pelo o que acabou de acontecer. Na frente da praça, no lado oposto de onde estacionei o carro, tinha uma loja que vende cinnamon roll, um bolinho de canela e açúcar na qual sou apaixonada. Senti meu celular vibrar no bolso da calça, peguei ele lendo a notificação vendo uma mensagem de China perguntando algo sobre o relatório, desbloqueei para responder enquanto atravessava a rua.