𝐋𝐨𝐯𝐞 𝐒𝐡𝐨𝐭 - Dofia (Concluída)

➹Capítulo vinte e sete➷

𝙎𝙤𝙛𝙞𝙖 𝙋𝙊𝙑

Faltavam definitivamente duas semanas para o lançamento do livro, as coisas na editora estavam uma correria como eu nunca havia visto antes. Parecia que as pessoas estavam ainda mais empolgadas com isso do que nas outras vezes, com tudo que estava acontecendo eu quase não estava tendo tempo para raciocinar direito. Tive que mandar minha mãe para outra editora em outro país para acompanhar o andamento das coisas por lá, com isso depois da escola não tinha quem pudesse ficar com Evelyn então acabou que não mandei ela para escola e à trouxe comigo para editora.

Desde o meu último encontro com a tal desconhecida no restaurante, minha mente criava cenas e paranoias sobre ela que eu ficava confusa a cada dia. Era estranho, por mais que eu tentasse me esquivar de qualquer relação mais aprofundada com ela, mais ela parecia determinada em me ter por perto ou não. Era como se em silêncio estivéssemos vivendo uma luta constante, uma quebra de braço sem fim. Algo que não tinha vencedora, porém fadada ao fracasso, porque certamente tínhamos muito a perder e sem dúvidas alguém perderia. No entanto, por mais que eu tentasse relutar, já estava claro que eu não sabia ser tão indiferente a ela como, por vezes, tentava.

Isso me irritava! Não saber como agir ou o que falar diante dela, isso me fazia sentir a pessoa mais impotente, e não era bom para meus sentidos. 

[...]

– Posso entrar? - olhei para a porta de onde veio às primeiras batidas, revelando em seguida meu pai, com um sorriso que só ele poderia me oferecer naquele momento.

– Claro que pode, papai - fiquei me perguntando o que estava acontecendo, afinal, para ele estar com aquele olhar perdido e sério, era sinal que alguma coisa estava deixando-o inquieto e eu até poderia apostar o que era.

– Como estão as coisas? - perguntou com o olhar fixo no mural de fotos que tinha ali – Você cresceu tão rápido, às vezes sinto que o tempo passou e perdi algo pelo caminho

– Perdeu? Claro que não, papai. O senhor e a mamãe sempre estiveram ao meu lado aproveitando cada momento da minha vida – argumentei - Graças à vocês que sou tudo que me tornei hoje!

– Para um pai, um tempo ao lado dos filhos nunca é demais, meu amor! – sorri diante daquelas palavras sinceras. Se existia algo que jamais poderia negar era o quanto ele era emotivo – Você era tão miudinha quando chegou em nossas vidas, mas entregou seu coração para nossa família com tanta intensidade, que parecia já compreender o quanto era amada por mim, sua mãe e o resto da família – ele sentou-se ao meu lado – Lembro-me da primeira vez que sua mãe falou sobre você, os olhos dela brilhavam tanto a ponto de fazer-me encantar por você sem ao menos conhecê-la, e mesmo enfrentando o momento mais delicado de nossas vidas, nossos corações se abriram e se alegraram com sua chegada e, te amamos com uma intensidade

– Eu lembro o quanto era paparicada por vocês dia e noite – sorrimos juntos.

– Não tinha como ser diferente, já estava escrito em nossos destinos que você seria nossa – nossos olhos se encontraram e senti os meus lagrimejar diante do amor que transbordava – Agora veja só você, minha garotinha que o tempo transformou em uma grande mulher. Sou tão sortudo por tê-la em minha vida, Sofia. Você chegou trazendo luz em um momento escuro. Me ensinou a ser pai, e eu só precisava aprender como ser pai de uma princesa

– Eu que tenho sorte por tê-los em minha vida. Vocês me deram a oportunidade de sentir à sensação de ser amada - senti o carinho paterno quando os dedos dele afagavam meu cabelo como ele fazia quando eu era criança e acordava no meio da noite com medo de um pesadelo qualquer.

– Eu te amo, minha filha! Fico muito orgulhoso por estar aqui ao seu lado presenciando todas suas conquistas – tudo era dito com sinceridade e aquilo aquecia meu coração – Sabe, Sofia! Nada me deixa mais realizado do que ver você feliz e desde que você retornou para casa após a faculdade, tenho encontrado exatamente isso em seus olhos, porém existe algo novo