𝐋𝐨𝐯𝐞 𝐒𝐡𝐨𝐭 - Dofia (Concluída)

➹Capítulo trinta e quatro➷

𝙎𝙤𝙛𝙞𝙖 𝙋𝙊𝙑

Depois de ficarmos alguns minutos conversando com Antônio que me explicava como estava o funcionamento da lancha finalmente pudemos subir a bordo. Dove parecia encantada com os detalhes a sua volta, analisei tudo e percebi que de fato Antônio havia conseguido organizar tudo como pedi. Voltei para junto de Dove que admirava o mar a sua volta.

– Está pronta? – ela me olhou assustada.

– Depende. O que você vai aprontar? - perguntou.

– Ué, você não acha que te trouxe aqui para ficarmos paradas no porto, né? - perguntei.

– Você sabe pilotar essa coisa? - me fingi de ofendida, mas gargalhei.

– Ora mulher, você precisa colocar mais fé em mim! - segurei a mão dela levando-a comigo para a cabine, seus olhos estavam atentos a todos os detalhes parecendo bastante curiosa com tudo o que via. Logo estávamos seguindo rumo a alto mar – Quer tentar? – perguntei para ela indicando o painel de pilotagem.

– O quê? Eu? – espantou-se – Mas nem pensar. Isso deve ser difícil

– Deixa de bobagem, vem cá - com cautela ela aproximou-se mais de onde eu estava, me coloquei atrás do seu corpo e ensinei tudo o que era importante ela saber naquele momento. Ela prestava atenção a cada detalhe do que eu falava, mas aquela aproximação do seu corpo era algo atordoante demais para meus desejos, seu cheiro era quase entorpecedor – Nem sempre ter alguém ao lado é de fato estar com alguém. Nunca fui de ninguém, nunca me esforcei para conquistar ninguém. Jamais quis alguém como te quero agora – sussurrei em seu ouvido abraçando seu corpo com carinho.

– Sof... – ela suspirou.

– Xiu – impedi ela de bloquear qualquer tentativa minha de falar o que estava pensando. Minha mão fazia um carinho em sua barriga por cima daquele tecido fino – Você é diferente, com você eu sou diferente. Nunca me dei ao trabalho de tentar conquistar alguém, nunca sequer senti essa vontade. Tudo o que faço com você é novo para mim tanto quanto é para você – beijei seu ombro com delicadeza.

[...]

Percebendo que já estávamos chegando ao nosso destino fiz os procedimentos necessários para desligar a lancha e ancorar. Observei Dove que prestava atenção em tudo o que eu fazia, era muito confuso para mim como tudo nela se tornava extremamente atraente, mesmo quando ela não tinha a menor noção disso. Virei seu corpo com delicadeza para mim, seus olhos brilhavam e me encantavam, mas sua expressão era tímida.

– Por que está tão tímida? – segurei em seu queixo fazendo-a me olhar.

– Você tem esse poder sobre mim, na verdade você tem muitos outros poderes sobre mim e não sei até que ponto isso pode ser bom - respondeu.

– Por que não seria? - perguntei.

– Hoje mais cedo quase perdi a sanidade na sua sala. Se você não tivesse me parado eu... – ela silenciou envergonhada – Eu sequer sabia se você queria também. Eu perco os sentidos perto de você, deixo o desejo falar mais alto sem ao menos pensar se estou te desrespeitando - meu coração bateu acelerado, vê-la confessar que me desejava era assustadoramente maravilhoso, mas eu não poderia me deixar levar pela vontade de envolvê-la em meus braços, ainda existiam coisas que precisavam ficar resolvidas entre nós de uma vez por todas.

– Você não me desrespeitou, eu queria tanto quanto você. Você não pode imaginar o sacrifício que é resistir ao seu cheiro – cheirei a curva do seu pescoço – Você me enlouquece tanto que às vezes chego a pensar que isso não é possível, estou vivendo um sonho e vou acordar a qualquer momento – busquei seus olhos segurando em sua cintura com propriedade.