Capítulo Trinta e Dois (Início da 2°parte)

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Marshall Aldrin:

Três meses depois...

A atmosfera estava carregada de tensão enquanto eu olhava para Daniel, cujo olhar expressava desespero enquanto nossos olhos se encontravam. No centro da sala, o tabuleiro de xadrez reluzia, suas peças de marfim e ébano aguardando nosso próximo movimento. Com um movimento decidido, eu rolei os dados e o olhar de Daniel se fixou no tabuleiro, onde minhas peças avançavam com determinação rumo à minha vitória.

Quando a jogada final foi feita, eu comemorei com entusiasmo, enquanto Daniel bufava de brincadeira, embora um sorriso brincasse em seus lábios. O tabuleiro testemunhava mais uma vitória minha, uma das muitas que acumulávamos ao longo dos meses.

Juliano, ao lado de Daniel, decidiu afogar suas derrotas no uísque, um erro que se revelaria desastroso. O líquido âmbar queimou sua garganta, deixando-o com uma expressão de dor. Depois de uma série de tosse, ele encheu o copo novamente, ignorando o óbvio desconforto.

Megan, a voz da razão entre nós, franziu a testa enquanto beliscava algumas pipocas.

— Por que você está fazendo isso? — Megan perguntou, sua voz tingida de preocupação. — Sua garganta ainda está doendo.

Juliano piscou os olhos inocentemente, um traço de teimosia em seu semblante.

— Eu sou teimoso por natureza — ele respondeu com um sorriso. — Estou apenas tentando fazer Marshall se sentir mal por ter me dado um soco na garganta.

Eu desviei o olhar para o tabuleiro, ponderando que, na verdade, ele tinha uma parcela de culpa naquela situação. Afinal, ele havia me surpreendido por trás e eu só estava me defendendo. Ter uma garganta irritada era um pequeno preço a pagar comparado a um braço quebrado.

Megan rapidamente interveio, estalando a língua em desaprovação.

— A culpa não é sua por aparecer atrás dele assim, Juliano. Vamos parar com o drama. — Megan disse.

Juliano deixou sua garrafa de cerveja no chão ao lado do sofá, revelando sua personalidade dramática. Ele podia ser irritante com seu drama constante, mas era parte intrínseca de sua personalidade, algo que eu havia aprendido a aceitar.

Daniel, entretanto, começou a brincar com a garrafinha de uísque, fazendo-a girar sobre o chão.

— Isso é tão injusto, Marshall sempre ganha — ele resmungou, mas sua expressão era brincalhona enquanto ele mandava um beijo em minha direção.

— Isso se chama sorte — eu respondi, com um sorriso divertido, provocando risos entre nós.

Nos últimos três meses, essa rotina de sair com Daniel, Megan e Juliano tinha se tornado uma espécie de refúgio em minha vida. Era a única parte que parecia normal em meio a um mundo oculto e complexo. Às vezes, eu pensava em revelar a verdade para eles, compartilhar o peso que carregava, mas logo me lembrava de que a ignorância sobre a parte sobrenatural do mundo era uma bênção.

Kelsey, minha melhor amiga, compartilhava da mesma perspectiva. Ela também não podia contar a verdade a Megan, que sempre estava disposta a ouvir nossas histórias sem reclamar.

Enquanto isso, a paixão entre Daniel e eu só crescia, e estávamos sempre ansiosos para estar juntos, mesmo enquanto ajudávamos David em sua busca para quebrar a maldição. Aart, o bruxo misterioso, mantinha sua pesquisa em sigilo, compartilhando informações apenas com David e o senhor vamps.

As tensões entre Aart e os sobrinhos continuavam a se intensificar, criando um clima pesado sempre que estavam próximos. Para resolver esse impasse, contávamos com a ajuda de Milo e outros bruxos que ele conhecia, todos trabalhando juntos em busca de uma solução.

União VampirescaWhere stories live. Discover now