Capítulo Vinte e Três

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Marshall Aldrin:

Acordei com o cheiro a torradas, o fervilhar de manteiga a cair numa frigideira quente. A cama está vazia ao meu lado, a porta quase fechada, mas consegue ouvir Daniel andar pela cozinha e assobiando e com Utily resmungando atrás dele.

O quarto está frio, e a cama está quente, e sustém a respiração tentando preservar o momento, joguei as cobertas para o lado, vasculha o chão do quarto à procura da roupa, mas não há sinal das roupas, pegue um roupão me enrolando nele, querendo esconder o sorriso bobo que surgia dos meus lábios.

Fui até à cozinha, descalça, enquanto Daniel serve café que ele fez em uma xícara em cima da mesa. Olhou para cima e sorri na minha direção.

— Bom dia. — Falamos juntos. — Fiz café da manhã para você. — Daniel disse.

Pousei os cotovelos em cima da bancada, envolvendo a caneca fumegante com as mãos, e me fez sentir o aroma agridoce. Um prato com torrada e ovos mexidos surgiu na minha frente.

— É a minha refeição preferida — respondi, enchendo uma garfada com ovos. Mas, à medida que come, posso dizer que Daniel sabe cozinhar muito bem. — Se eu pudesse comer uma coisa para o resto da vida seria isso, o que seria para você?

Ele sorriu de canto olhando para mim com brilho surgindo em seus olhos.

— Posso dizer com toda convicção que seria você — ele responde, e um silêncio cai sobre a gente, menos desconfortável do que envergonhado. Um riso discreto saiu dos meus lábios enquanto trocamos olhares roubados de duas pessoas que sabem muito pouco um do outro. — sei que isso é bastante safado da minha parte para dizer a você em um café da manhã romântico que eu mesmo fiz com todo carinho.

Com isso escolhemos pontos de sutura, linhas irregulares onde as coisas nem estão aqui nem ali, mas num equilíbrio precário. E claro que perguntei, um pouco sobre ele e como pensei que ele iria se retroceder no lugar ao falar dos seus antigos amantes.

— Bem não foi lá essa coisa, eu os amei e fiquei ao lado deles até deixarem seu último suspiro — ele disse. — Mais no meu quarto tem uma caixa com as coisas de cada um, mesmo que me doa lembrar cada um fez parte da minha vida e existência.

Ele acaba o café na xícara dele em um único gole. Contorna a bancada e agarra a minha mão.

— Eu sei que agora você é uma parte essencial da minha vida, como sempre deve ser. — Ele disse com um sorriso enorme. Beijei seus lábios, Utily latiu atrás da gente e isso fez Daniel jogar um pedaço da torrada naquela direção.

Tomamos um banho demorado e quente, enrolei o cabelo numa toalha e ele deu uma pequena risada maliciosa enquanto aproximou os lábios. Mais perto ainda. Depois que ele beliscou meus lábios em beijos açucarados repetidamente, ele lambeu lentamente a parte de trás da minha língua. Em um movimento suave e sensual, finalmente, ele separou seus lábios dos meus. Minha língua estava dormente, minhas bochechas estavam queimando, e eu podia ouvir meu coração batendo acelerado em meus ouvidos.

Daniel sorriu e desapareceu da minha frente e o xinguei.

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Depois de me acalmar, recebi uma vídeo chamada do Juliano.

— O que aconteceu com você? — falei assustado com a visão, tinha macarrão no cabelo dele e o rosto estava pintado de risco do outro lado.

— Então, eu e a Megan estávamos fazendo uma decoração com macarrão e pintando alguns — Ele disse e girou a tela mostrando a escultura que estava completamente destruída. — Eu tropecei na mesa de centro e cai em cima da escultura e da tinta.

Megan surgiu atrás dele com o cabelo coberto de uma tinta verde e vermelha.

— Então desistimos de fazer isso e resolvemos ligar para você, ver como foi o seu encontro com o Daniel — Megan Falou sorrindo maliciosa. — A Kelsey e a Lilly me contaram.

— Vocês são muito fofoqueiros — Resmunguei vendo meus amigos rirem. — Foi muito ótimo, posso dizer que ele foi um cavaleiro completo com a minha humilde pessoa. — Fiz uma pausa. — Juliano, por favor não conte para o vovô. Eu vou falar com ele depois de um tempo.

— Minha boca é um túmulo — Juliano falou fazendo com que minha sobrancelha levantasse. — Ok, mas sabe que ele vai amar isso.

— Verdade, depois que o Daniel te protegeu como seu segurança daquele cara durante a campanha, só ouço que Daniel vamps é alguém realmente digno de Marshall Aldrin — Megan disse piscando os olhos inocentemente. — Seu avô gosta muito de vocês juntos.

Imagino como meu avô vai ser a pessoa mais protetora assim que contar tudo para ele.

Soltou um suspiro, conversei um pouco mais com aqueles dois antes de desligar a chamada.

Meu dia só foi comigo assistindo televisão e como Utily deitado ao meu lado com a cabeça em meu colo. Às vezes Daniel mandava uma mensagem e ficávamos conversando sobre qualquer assunto.

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Na manhã seguinte meu alarme disparou e me apressei em silenciá-lo para começar a fazer as minhas obrigações.

Não precisava dele. Acordara há uma hora, com a mente zumbindo como um cortador de grama. Fiquei pensando em como gostaria um pouco da presença de Daniel com ele tocando cada centímetro do meu corpo com seus lábios se unindo com os meus. Com um gemido, me coloquei para fora da cama e fui até o banheiro. Quando vi que tinha uma camisa dele jogada no cesto de roupa suja, recolheu-a e aproximei do nariz. O tecido guardava o cheiro dele.

Depois de um banho rápido e de um café da manhã, composto de duas bolachas de aveia, um punhado de cereais e uma caixinha de suco, finalmente fui para a empresa. Hoje não tive nenhum treinamento, então acordei só para ir à empresa que fui a pé mesmo.

Chegando lá passei meia hora em minha mesa olhando o protetor de tela com o olhar perdido quando o telefone tocou.

Era um número desconhecido para mim.

— Alô — falei atendendo.

— Marshall, preciso da sua ajuda — reconheci a voz de David do outro lado. — Pode falar para o Daniel, me levar até o seu apartamento, aqui está uma bagunça e não consigo escutar nada com a gritaria.

— O que aconteceu? — Perguntei.

— Aqui está parecendo uma zona de guerra, hoje pela madrugada duas pessoas chegaram e agora o senhor vamps junto com o irmão estão discutindo algo com essas pessoas e não consigo estudar. — David disse e ouvi uma voz surgindo do outro lado. — por favor, Daniel disse que só me levará com a sua permissão.

Fiz uma pausa e dei logo a permissão, David é um bom rapaz como também sei que Utily não vai deixar que ninguém destrua o meu apartamento.

— Pode ir — Falei e ouvi ele agradecer e ao mesmo tempo chamar por Daniel. — Mais quem está falando com o senhor vamos?

— Dizem que se chamam Ingrah e Laythor Thordanferum, Lilly disse que são vampiros originais. — David disse e ouvi algo sendo quebrado. — Estão irritados que até quebrar outra porta.

Eu conheço esses nomes, são dois dos cinco que pertencem aos primeiros vampiros que existem. Maxuel me contou a história dessas pessoas, podem parecer cruéis mas são boas pessoas.

Claro que ele acha isso, afinal os originais eram amigos de seu pai e foram os mesmo que treinaram Maxuel e o transformaram em vampiros trezentos anos atrás.

O que estariam fazendo na casa dos vamps?

Desde que a maldição sobre a linhagem de Hampher começou, Tedy me contou que os outros vampiros nunca vieram perguntar ou investigar o seu misterioso desaparecimento.

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Gostaram?

Até a próxima 😘

União VampirescaWhere stories live. Discover now