Capítulo Treze

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Marshall Aldrin:

Lilly, com os cabelos apanhados num rabo de cavalo, soltou um suspiro, seus olhos fixos em Ricky, que parecia uma fera enjaulada, prestes a se soltar a qualquer momento. A sala onde treinávamos estava em ruínas, com destroços de madeira espalhados pelo chão, e o ar estava carregado de eletricidade.

— Simplesmente não está dando certo — Lilly disse com uma voz carregada de preocupação. — Este treinamento vai acabar destruindo a sala ainda mais, com Ricky querendo avançar quando está à beira da transformação.

Ruídos ininteligíveis ecoavam de Ricky, uma mistura de palavras e grunhidos, enquanto ele lutava para se controlar e não deixar seu lado selvagem dominá-lo. Cada palavra era uma batalha contra seus instintos animalescos.

Algo naquela cena me intrigava e desafiava. Uma vontade incômoda de interromper o momento, de provocar Ricky ou simplesmente ver até onde ele poderia se controlar. Minha mente faiscava com um desejo de testar os limites de Ricky.

— Tudo bem, treinamento encerrado — Lilly finalmente declarou, exausta. Ela se afastou de Ricky, mas ele a interceptou, sibilando alto, a raiva cintilando em seus olhos. Ela se virou lentamente, suas botas fazendo um som abafado no chão destruído.

— Lilly! — Ricky rosnou atrás da irmã, cuja expressão indicava que ela estava se sentindo pressionada entre seu desejo de treinar mais e a preocupação com o irmão. Ela parou, virando-se para encarar Ricky com uma expressão determinada.

— Eu sei que você é forte, Ricky, mas essa é a hora de descansar e recuperar o controle. Não quero te ver ferido, e tenho medo do que acontecerá se você deixar o lobo interior dominar — ela respondeu, sua voz firme, mas carregada de amor e preocupação.

Ricky olhou de volta para Lilly, seus olhos faiscando de conflito. Enquanto isso, permaneci em silêncio, observando a dinâmica entre os irmãos, ciente de que algo dentro de Ricky estava querendo lutar.

— Eu quero continuar — Falei, preparando-me para o momento em que Ricky viria com tudo. Suas roupas foram rasgadas enquanto ele se transformava por completo.

Baixei-me, cuidadosamente, carregando o arco com uma flecha e mirando na direção dele. Com um leve suspiro, puxei para trás, liberando uma flecha veloz que cortou o ar.

Com reflexos afiados, ele lançou-se para o lado, escapando da flecha mortal por uma fração de segundo. Ele rosnou, revelando presas afiadas e olhos que brilhavam com raiva. Agora ele estava em posição de ataque.

Rapidamente recarregando outra flecha, mirei novamente. O lobo avançou, movendo-se com uma agilidade surpreendente. Quando disparei, o lobo saltou para cima, desviando-se da flecha, que passou raspando por sua pata.

O lobo investiu contra mim, com uma velocidade incrível. Ele mordeu na direção do meu pulso, fazendo-me cambalear para trás. Com um movimento ágil, o lobo atacou novamente, me derrubando no chão.

A luta era feroz. Eu estava desarmado, lutando para me defender com minhas próprias mãos, enquanto o lobo usava sua força e agilidade para me dominar. Gritos e rosnados ecoavam pela sala.

Minha mente iluminou e a pulseira brilhou, com uma adaga surgindo em minhas mãos. Consegui golpeá-lo no flanco. Ricky uivou de dor, recuando momentaneamente. Aproveitei a oportunidade para me levantar, mas estava ferido e sangrando.

O lobo, apesar da ferida, não desistiu. Ele avançou novamente, mas desta vez estava pronto. Joguei-me para o lado e enfiei uma adaga no flanco dele.

O lobo uivou em agonia, cambaleando para trás, e o arco surgiu em minhas mãos. Disparei uma flecha atrás da outra, atingindo-o novamente no flanco. Me levantei, ofegante, e assisti enquanto Ricky, ferido e derrotado, recuava para a escuridão da sala e voltava à sua forma humana, arrancando as flechas de seu corpo.

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