Capítulo Trinta e Sete

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Daniel vamps:

Quando finalmente retornamos para casa, a hora do almoço já estava em pleno andamento, e o aroma delicioso da comida invadiu imediatamente minhas narinas. Dirigi-me à cozinha, onde encontrei Kelsey comandando as operações culinárias, auxiliada por Lilly. Enquanto cozinhavam, soltavam alguns xingamentos leves em direção a Tedy e Ricky, que tentavam subtrair furtivamente um pouco da comida.

Meu olhar varreu a sala de jantar, onde, apesar de ser a hora do almoço, o ambiente ainda estava notavelmente vazio. Na espaçosa mesa, apenas Geovane e Kit estavam desfrutando de suas refeições enquanto mastigavam com indiferença. Marshall e os gêmeos sentaram-se recentemente e começaram a conversar entre si e com os outros dois presentes. Era evidente que meu tio Aart e David não estavam ali com a intenção de saborear a comida.

Apesar de a comida ser incrivelmente saborosa, ambos a consumiam sem realmente saborea-la. Ultimamente, David lia livros de pesquisa enquanto se alimentava, como se nem percebesse o que estava comendo, sua expressão cansada evidenciando seu foco nas investigações.

Nenhum dos dois parecia estar realmente desfrutando da refeição. Independentemente das mudanças de horário, Aart e David não compareciam frequentemente às refeições, alegando que isso atrapalharia suas pesquisas. Eles geralmente se alimentavam na companhia de seus reagentes ou apenas quando meu pai os pressionava a fazer isso.

Enquanto eu observava as cadeiras vazias, virei-me para minha irmã, que estava ocupada descascando uma batata.

— Como foi o encontro com a parente maluca do Marshall? —  Lilly perguntou, curiosa.

— Até que foi bem. Pelo visto, tudo o que Marshall mencionou mexeu muito com ela —  eu respondi. — Quando ela lançou um feitiço na direção do Marshall, Janet e eu nos levantamos da mesa para protegê-lo daquela lunática. Ela estava muito interessada em saber sobre a vida do Marshall e em descobrir mais sobre a mãe dele.

No entanto, assim que as palavras escaparam de minha boca, parei abruptamente, e minha irmã fez o mesmo, prendendo a respiração com força. Foi então que ouvimos gritos vindos do corredor, reconhecendo imediatamente as vozes de Ricky, Tedy e Geovane. Desabei no chão, ouvindo Marshall e Kelsey chamando por mim e por Lilly.

Somente depois de um tempo, recuperei a consciência e me senti um pouco mais aliviado. Marshall segurou meu rosto com as mãos, examinando-me de cima a baixo.

— Daniel, você está bem? Onde dói? —  Marshall perguntou, angustiado, e eu balancei a cabeça para indicar que estava tudo bem.

Ele me ajudou a ficar de pé, levando-me até uma cadeira onde Lilly estava, com uma expressão confusa. Kelsey ofereceu o pulso para que minha irmã pudesse pegar um pouco de seu sangue.

Marshall se sentou à minha frente, contrariando as expectativas ao mostrar sua preocupação. Talvez ele estivesse fazendo isso para demonstrar que sempre estaria disposto a me ajudar quando eu estivesse sofrendo.

— Funcionou! —  ouvimos a voz de David comemorando enquanto ele se aproximava com Hampher e Aart. — Removemos o feitiço de seus corpos. Espero que nada de ruim tenha acontecido enquanto vocês sentiam o efeito do encanto.

— Foi isso que sentimos como tortura há pouco tempo! —  Lilly exclamou ao tentar se levantar novamente, mas acabou caindo na cadeira mais uma vez.

— Seus corpos podem ficar um pouco fracos. Acredito que retirei toda a energia de vocês —  David admitiu, com um leve constrangimento. — Mas vão se recuperar rapidamente.

— Quanto tempo é 'rapidamente' para um vampiro? —  Tedy perguntou, caminhando como se cada célula de seu corpo estivesse impregnada de verbena com resíduos de alho.

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