Capítulo Seis

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Marshall Aldrin:

No escritório, eu estava determinado a manter a calma e a afastar qualquer pensamento relacionado ao incidente da sexta-feira. Minha atenção estava totalmente focada na tela do computador, e eu ignorava a sensação de desconforto que ainda pairava no fundo da minha mente.

Fui tirado de meus pensamentos quando Juliano apareceu, apoiando o quadril na minha mesa. Seus olhos estavam fixos em mim, e ele tossiu alto para chamar minha atenção.

— Então, você não vai mesmo me contar o que aconteceu? Eu sou seu melhor amigo e confidente, você pode confiar em mim. Se aquele tal Daniel tentou alguma coisa estranha com você, eu juro que acabarei com ele. — Juliano disse com determinação, e eu não pude deixar de sorrir ao imaginar a cena dele enfrentando Daniel. — Ei, lembre-se, eu sei usar as pernas para chutar alguém. Sou um mestre em chutes.

Eu ri da sua afirmação.

— Bem, tenho que discordar disso. Acho que você não bateria nem em uma mosca. — respondi brincando:

Ele fez uma expressão de falsa mágoa, mas logo voltou a sorrir.

— Nossa, você acabou de destruir o meu orgulho. Agora não vou mais te encher sobre esse assunto.

Agradeci a ele por sua compreensão e toquei o assunto com leveza. Juliano se levantou da mesa e se virou para mim, fazendo uma pequena reverência antes de sair da sala.

Eu me virei de volta para a tela do computador, retomando finalmente o meu trabalho e agradecido pela compreensão e apoio de um amigo verdadeiro.

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Saímos do restaurante em grupo, e aproveitei a oportunidade para satisfazer meu desejo por algo doce. Abri a embalagem do bolinho e dei uma mordida, sentindo o sabor delicioso se espalhar na minha boca. Enquanto eu ria e me divertia com os outros ao meu redor, o silêncio tomou conta do ambiente quando a porta do restaurante se abriu e de lá surgiram Lilly Vamps e um rapaz de óculos.

Me encolhi no meu lugar, aliviado por acreditar que Daniel não deve ter mencionado minha existência ou o que aconteceu entre nós. Imaginava que eles estariam ocupados demais com outros assuntos para falar sobre mim com os irmãos Vamps. Talvez eu tivesse uma chance de escapar correndo antes que fossem capazes de me reconhecer.

Passei a observá-los atentamente, tentando identificar qualquer sinal de que fossem vampiros. Procurei por anéis de proteção solar ou colares, mas não encontrei nenhum indício. No entanto, uma ideia surgiu em minha mente: eles poderiam ser híbridos.

Sabia que a verbena poderia afetar híbridos da mesma forma que afetava vampiros normais, embora com menos intensidade. Era uma informação valiosa que poderia me ajudar a me proteger caso precisasse.

Quando terminei de devorar meu bolinho, pedi licença abruptamente e me levantei, correndo em direção à porta sem me importar com o que os outros no restaurante pensariam de mim. Minha única preocupação era escapar dali antes que Lilly e seu companheiro me vissem.

Porém, antes que eu pudesse alcançar a porta, alguém me puxou para trás com força. O rapaz de óculos surgiu diante de mim, um sorriso nos lábios, e suas presas à mostra.

— Tedy, não o machuque — Lilly interveio, aparecendo ao nosso lado. — Ele é importante para o Daniel.

Olhei para ambos, completamente atônito com a reviravolta inesperada. Fui forçado a entrar no banco de trás do carro deles, e assim que eles entraram, o veículo saiu em alta velocidade. Ao longe, pude ver Juliano e Megan saindo do restaurante, olhando para o carro com expressões de completa confusão.

União VampirescaWhere stories live. Discover now