Epílogo

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FRANCINE

Três anos depois.


Meu salto soava alto demais no chão. O barulho parecia quase insurdecedor e minha garganta alojava um bolo angustiante.

Me encontrava no terceiro andar da boate, onde Diego construiu uma sala de reuniões. Pela parede de vidro eu podia vislumbrar todos os homens e Denise ali, imponente, falando, enquanto eles se mantiam atentos a ela.

Ethan, sócio do meu marido, fora o primeiro a me notar e, quando Diego olhou para ele e acompanhou o olhar, assumiu no rosto uma expressão preocupada por me ver ali.

Tentei sorri para acalmá-lo.

Mas a quem eu poderia enganar? Nem eu estava calma! Havia acabado de sair da clínica assim que cheguei do trabalho. Não tinha falado a ele mas já havia passado mal duas vezes aquela semana e, a menstruação estava atrasada quinze dias.

Não é que eu não quisesse. Mas, agora que estava ali, eu me encontrava a ponto de enlouquecer sem saber se daria conta, se seria uma boa mãe e um bom exemplo.

Pisquei repetidas vezes e encarei ele que já abria a porta e vinha até mim com pressa.

Os anos fizeram bem ao meu marido, puta que pariu!

O corpo ficara maior, consequência das atividades físicas. A barba por fazer também lhe dando um charme a mais e o cabelo cortado baixinho era uma outra questão a se falar.

Gostoso. Em resumo. E todo meu.

Ele riu ao se aproximar.

— Aconteceu alguma coisa ou só veio aqui me admirar?

Brincou.

— Eu faria isso sem pestanejar. — Disse depositando um beijo casto em seus lábios — Mas preciso te falar algo. Não conseguiria esperar até a noite.

Ele assumiu uma postura séria e preocupada logo em seguida.

— O que foi?

Temendo que ele tivesse um piripaque, eu não enrolei muito e já falei na lata:

— Estou grávida! Você vai ser papai outra vez.

Seu olhar logo desceu até minha barriga e, o sorriso que ele abriu mandou todas as minhas dúvidas para o ralo.

— É sério? — Acenei, ele me abraçou apertado.

Logo as lágrimas já queriam seguir seu caminho e eu pisquei afim de espantar. Não queria chorar outra vêz.

— É super sério. Tem uma misturinha de nós dois se formando aqui. — disse baixinho e ele riu alto.

Logo entrelaçando ambas as mãos na minha bunda e impulsionando o corpo na intensão de me levantar.

Eu gritei alto, rindo também e dei um tapinha em seu braço.

Logo ele me pôs no chão.

— Eu vou ser pai outra vez porra! — Gritou e todos na sala sorriram batendo palmas. — Você é a mulher mais um incrível, obrigada por isso.

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DIEGO

Três anos depois

Encostei no carro e esperei ansioso assim que desliguei o celular. De onde estava podia ouvir os gritos empolgados da minha filha.

E da minha mulher.

— Nicole, não corre! — Francine falou sério e logo a pequena se calou.

Estávamos em sua antiga casa que, após se mudar, pôs para alugar. E, como o imóvel tem um valor muito especial para ela, sempre que as pessoas deixavam a casa ela vinha olhar; ver se não precisava de conserto, ou uma janela nova... Antes de pôr para alugar outra vez.

Noah estava lá com ela já que saira da faculdade mais cedo e veio nos encontrar para almoçarmos juntos.

No mês anterior ele tinha feito dezoito anos e estava quase do meu tamanho. Quando fez dezesseis eu tive a conversa  nada agradável com ele com a ajuda de Francine que lidava com aquilo todos os dias.

Foi difícil. Ele ficou semanas sem falar com ninguém, eu ouvia seu choro de madrugada e, aquilo me matava por dentro.

Como ele já havia começado a terapia anos antes, por idéia de Francine, fomos aos poucos trazendo ele de volta.

Ele já era um homem. No entanto eu sei que aquilo ainda doía.

Encarei o celular na minha mão.

E, para completar, surgiu uma maldita carta que Lúcia pediu para ser entregue a ele assim que completasse a maior idade.

E eu nem sabia da existência da mesma, muito menos imaginava qual o conteúdo.

Só sabia que séria entregue a ele em breve.

— Acorda coroa. — bateu no meu ombro me trazendo de volta, encarei-o com o olhos cerrados e ele riu.

Francine já fechava a porta e caminhava até mim.

— Você usa coroa papai? — Minha pequena puxou a perna da minha calça e eu olhei para baixo, a peguei nos braços

— Com certeza uso. — Falei

— Verdade né — pôs as mãos nos lábios e sorriu sapeca — Você é o rei, Nouah é o pincipe e mamãe a rainha.

— E você? — questionei.

pincesa ora! — pôs as mãos na cintura como a mãe quando estava brava e eu sorri beijando sua testa e inalando o cheirinho infantil dela.

Francine parou ao meu lado e beijou minha boca.

— Podemos ir. — abriu a porta do carro e pôs algumas sacolas no banco. — Vem mocinha, vamos para a cadeirinha, então iremos comer lá naquele lugar que você gosta.

Estendeu os braços e Nicole se jogou.

Sovete mamãe?

— Sim. Muito sorvete para a minha filhota. — Beijou a testa dela e a colocou na cadeirinha fechando a porta em seguida.

Eu a amava com tudo de mim. E a amava ainda mais pela família incrível que éramos.

— Recebi mais um relatório do inteiror. — disse conforme dei a volta e me acomodei no banco, ela fez o mesmo.

Noah já havia ido na frente no carro dele.

— E ai? Algo de diferente? — perguntou amarrando o cabelo.

— Ela começou a trabalhar. — liguei o carro e ganhei a via.

— Isso é bom.

— Sim.

Respondi e a observei. Francine realmente deixara as mágoas para com a mãe para trás, no entanto, não queria aproximação, não que a velha tenha tentado de qualquer maneira.

Eu tinha orgulho da minha mulher. Do quão forte se tornou após enfrentar os obstáculos de sua vida.

Do quão maravilhosa ela era.

Olhei para frente, mirando o carro do meu filho e tendo a certeza de que ele havia se tornado alguém de bem, permanecia um ótimo filho e um irmão maravilhoso.

Desviei o olhar para Fran outra vez e ela cantava uma música infantil com a minha filha. Mesmo assim, não deixou de olhar para mim e piscar.

E, a certeza que eu tinha; que poderia enfrentar o mundo com ela, só reforçou.

Logo seus dedos tocaram minha perna e eu peguei sua mão, levando aos meus lábios e beijando.

— Te amo. — Eu disse.

— Te amo. — Ela logo respondeu.













Acabou mesmo agora e eu tô chorando...









FRANCINE © - OGG 3 [COMPLETO]Where stories live. Discover now