Capitulo 6

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[conteúdo sensível, se acha que pode te dar gatilho, pule esse capitulo]

Massimo

Mais uma vez fui jogado no porão, mais uma vez apanhei de chicote, por motivos bobos que nunca entendi, não sei porque eles me odeiam tanto e não faz sentido eles quererem me manter nesse inferno mesmo me odiando, acho que devo ter feito algo errado quando pequeno. Por não estar fazendo a expressão que eles gostariam que eu estivesse, minha mãe chutou minha cara e cuspiu em mim, mas eu não estava sentindo nada, como eu iria expressar algo que não estou sentindo por já ter me acostumado com aquela dor? meus sentimentos ou emoções foram tirados de mim, então não posso fazer nada pra agrada-los.

Pai_ porque não fez nada quando aquela vadia insultou sua mãe?

_ acho que você se esqueceu que existe leis na facção, não poço interferir a menos que ela queira usar força física.

Irmão_ é, infelizmente ele tem razão...

Mãe_ foda-se se ele tem razão ou não, ele não devia ter deixado ela falar assim comigo.

_ a senhora sabe que ela tem a língua afiada e mesmo assim quis implicar com ela, não tenho culpa.

Dito isso senti meu pai chutar minha barriga e meu irmão, minhas  costas.

Irmão_ não fale assim com minha mãe...

Mãe_ não machuque o rosto dele, se não alguém vai perceber... amarre ele!

Depois disso, me trancaram no porão, por causa da escuridão e o frio comecei a tremer, porem só sentia isso e o sangue frio escorrer dos meus machucados me fazendo perceber a existência deles ali, odeio esse lugar, o sótão, ou qualquer lugar frio, fechado e escuro... e eles sabem disso. Quando minha mãe descobriu sobre meu noivado com a Milena Russe, ela surtou, tacou tudo o que viu pela frente em mim e um jarro que quase afetou meus sentidos, nem sei como ela ainda tem milhares desses vasos espalhados pela casa.

Depois de um tempo parado como um boneco, senti o ar ficar preso e um frio mais intenso percorrer meu corpo, já sabia oque era aquilo e sabia oque iria acontecer, então apenas deitei no chão onde eu estava, me encolhi ali mesmo e deixei  a crise vir, o desespero que sentia nesses momentos era pior do qual eu sentia quando eles brincavam de me cassar na infância e adolescência. Minha cabeça girava, corpo tremia o choro veio dolorido e silencioso me fazendo sentir como se eu estivesse me afogando em um rio durante uma madrugada fira e silenciosa, meu corpo estava tão tenso que eu não conseguia me mover, minhas mão tinham se fechado pela dor no peito, estavam fechadas com tanta força que mesmo não tendo unha grande, o pouco que tinha machucou a palma, não vi, mas senti, meus dentes estavam serrados e apesar do frio, eu estava suando, passei a pensar que aquelas crises eram meu corpo me lembrando que ainda estou vivo.

Depois de conseguir me acalmar, desmaiei, oque foi bom porque assim eu não teria  pesadelo nem sonhos estranhos, fiquei ali em baixo por alguns dias, não sei quantos, mas sei que foram dias por causa da pequena janela que permitia com que eu pudesse distinguir o dia da noite. Eles não trouxeram comida pra mim nesses dias, então quando me deixaram sair, custei a ficar de pé, me ofereceram comida como se nada tivesse acontecido oque era estranho pra cacete, mas neguei, tomei um banho gelado sentindo minhas costas, joelho e as palmas da mão arderam ao entrar em contato com a água, meu rosto estava péssimo oque me fez ter que passar um pouco de maquiagem, depois de sair de casa falando que ia resolver problemas pro Lorenzo, oque não era mentira, fui comer em um lugar perto da favela, onde Lorenzo estava me esperando.

Lorenzo_ oque aconteceu cara? Você sumiu...

_ tive que resolver algumas coisas  em outra cidade pro meu pai, mas to de volta.

Lorenzo_ essas suas luvas já tão surrada meu amigo...

Falou rindo e olhei pra ele sem entender, ele costuma ser meio aleatório quando esta comigo mas isso me surpreendeu, ele tava com uma sacola pequena na mão estendida pra mim, não sei como reagir a isso já que é a primeira vez que ganho presente de alguém, então apenas fiz uma reverência pra ele, que riu da minha cara. Só deu tempo de tirar as luvas velhas, então não tive tempo de colocar as novas sorte que as mangas da minha camisa são grandes e tampam minhas mãos, ele atendeu o celular, fez um sinal pra mim e saímos, Milena tinha sido sequestrada e todos nós já sabíamos que era armação do meu sogro.

Assim que chegamos no local, vimos ela e outra garota que também era loira mas não era nada parecida com a Milena pra terem confundido e terem pegado a garota errada, Mile veio na minha direção segundos depois e me abraçou me assustando, mas depois de "conversarmos" um pouco com um sinal ela me fez perceber a câmera encima de nós, Meu olhar foi dos olhos bicolores atrevidos dela pra boca chamativa, nem pensei, apenas a beijei e pela primeira vez em anos senti alguma coisa, um tipo de emoção que eu não sabia identificar, mas que fez meu coração bater muito rápido, por um instante achei que eu iria ter uma crise por causa disso, mas diferente do que pensei a crise não veio, oque veio foi um arrepio que passou por todo meu corpo, me senti confortável e meu corpo esquentou, isso foi melhor do que implicar com ela. Depois disso e de conversarmos com a garota, levei ela de volta pro bar, nisso por curiosidade e pra acalmar ela, que saiu arrancando as câmeras do bar com raiva, fui na direção dela e a peguei no colo, o temperamento dela é forte então é meio complicado lidar com ela, mas ela fica engraçada irritada.

Depois de um tempo consegui beijar aquela boca de novo, não deixando espaço pra objeções ou qualquer coisa, estremeci dos pés a cabeça quando ela puxou os cabelos da minha nuca aprofundando o beijo e encaixou mais o corpo no meu, esse beijo foi mais intenso que o primeiro, isso me fez perceber que tínhamos muita química e que apesar de nos odiarmos ela meche muito comigo e me faz sentir e ter emoções.

A Mafia- Massimo al Capone Onde as histórias ganham vida. Descobre agora