Capítulo 15

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Aquela semana foi muito estranha, meu pai estava tentando puxa assunto comigo, tentando me pedir conselhos sobre coisas de facção e coisas do tipo, minha mãe não estava implicando comigo, meu irmão  não estava me xingando ou me ameaçando. No sábado meu irmão surtou e começou a quebras câmeras, um monte e que estava por toda a casa enquanto meu pai e mãe estavam sentados rindo dele, assim que eles me viram o Marcos tacou as câmeras na minha cara, aquilo doeu e me deixou com raiva.

Marcos_ essa porra é tudo culpa sua, você não podia ficar quieto seu merda?

_ do que diabos você tá falando?

Marcos_ aquele velho filho da puta tá nos infernizando por sua culpa!.

_ que velho?

Falo confuso e ele fecha a cara pra mim, vem em minha direção com um taco na mão e acerta ele nas minhas pernas, mas não acontece nada, sinto uma pequena dor e só. Meu irmão se afasta horrorizado e olha pro taco  dele que tinha se quebrado um pouco, depois taca o mesmo em mim, porém desvio e chego perto dele que é bem menor que eu fazendo ele e os outros dois que só assistiam se assustarem.

Marcos_ mas que porra?! Que merda você é? um monstro?!

_ talvez eu seja...

Marcos_ você que mandou o vô encher aqui de câmeras né seu merda?

_ não e eu não tenho culpa se meu vô quer me proteger de vocês.

Pai_ então você sabia...

_ não tire conclusões precipitadas, eu não sabia, seu filho que acabou de falar quem foi e o porque.

Pai_ espera, oque você falou? "Seu filho"? Você sabe? Aquele velho te contou e tá envenenando sua cabeça contra nós?

Fala assustado agarrando meus ombros com força, mas o empurro assim que sinto meu celular vibrar no bolso da calça, todos me olham de um jeito bizarro e minha mãe vem na minha direção tremendo e tenta me tocar mas me afasto me sentindo agoniado.

Mãe_ porque você disse seu filho? Você sabe de algo? você sabe que é mentira né?

_  porque ele é filho dele, ou ele nasceu de uma chocadeira e eu não estou sabendo?  E ninguém me contou nada, vocês que estão paranoicos.

Pai_ não fale assim com a sua mãe seu moleque estúpido.

_ esses xingamento já estão ultrapassados pai, tenta ser mais criativo na próxima.

Falo isso e começo a andar pra sair dali, meu celular começou a tocar assim que eu cheguei na porta e minha mãe tacou um vaso que quase acetou na minha cabeça mas abaixei a tempo  escutando o barulho do vidro se quebrando encima de mim e sentindo alguns dos pedaços pequenos do vidro caírem sobre minha cabeça , olhei pra ela sem nenhuma expressão por estar acostumado com isso e saio dali o mais rápido possível. Não sei oque me deu, mas senti vontade de responder e respondi, senti vontade de confrontar e confrontei, não me sinto culpado por ter feito isso e sinto que deveria ter feito mais.

Depois de atender a ligação que era da Milena, entrei no meu carro e conferi algumas coisas, enquanto esperava ela responder já que apesar de ela ter me ligado, a mesma não falou nada, mas escutei alguns barulhos então decidi esperar, já estava dando partida no carro quando a Milena perguntou se eu podia  buscar ela e pela voz dela dava pra perceber que tinha algo errado, isso foi confirmado quando ela disse que estaria na praça do tubo.  Não demoraria muito pra chegar lá já que fica perto das nossas casas, então foi bem rápido e assim que cheguei vi ela chorando agarrada ao urso que dei pra ela quando éramos crianças, quando cheguei perto ela enxugou as lágrimas de uma forma desajeitada e tentou forçar um sorriso, me sentei do lado dela e fiquei a encarando por alguns segundos.

_ você sabe que não precisa fingir as coisas perto de mim né?

Milena_ digo o mesmo... porque tem vidro no seu cabelo?

_deve ter terra também.

Falo sacodindo o cabelo com a mão e realmente tinha terra e não era pouca.

_ e você porque sua testa está vermelha?

Milena_ minha sogra, sua sogra.

Falou apontando pra minha cabeça  depois pra testa dela, fazendo beiço de desgosto e o olho dela enche de lágrimas novamente, nisso ela aperta o Urso e esconde o rosto nele.

_ achei que você tinha jogado ele fora...

Milena_ você tá louco?! Claro que não!...

Fala levantando o rosto de forma rápida que fez a franja dela ficar espetada me fazendo rir.

Milena_ do que você tá rindo?

_ seu cabelo tá todo espetado, parece que você levou um choque.

Milena_ a vai se foder cara, tá zoando com a minha cara?

_ pior que não...

Falo e ela se olha no reflexo do celular depois de arrumar o cabelo vira na minha direção e me dá um soco, finjo estar indignado e me levanto, ela arregala os olhos e tenta fugir mas pego ela no colo e a viro de cabeça pra baixo depois pego a mochila dela que estava no chão e ando com ela assim até chegar no carro, depois coloco ela de pé fazendo a mesma me encarar com aquele olhar de quem quer me matar, mas ela só entra no carro e fecha a porta na minha cara. Depois que entro no carro, coloco a mochila dela no banco de trás e dou a partida, segundos depois  escuto ela fungar, por ter voltado a chorar e o estômago dela logo começou a fazer barulho também, não falei nada pra não piorar a situação só parei em uma lanchonete minutos depois e comprei um pastel pra ela com um suco de maracujá, foi engraçado ver ela comer enquanto chorava e resmungava e também percebi que isso acalmou ela .

Milena_ m-minha mãe queria tirar o bolinho de mim Massimo, logo o bolinho...

_ Ei, ei, pensa pelo lado bom, você não deixou ela pegar o bolinho, você o salvou e ele tá aqui com você agora.

O bolinho é o urso que eu tinha ganhado do meu avô, foi o único presente que ele me deu que  pude trazer pro Brasil. depois que meus pais vieram também e fui obrigado a volta a morar com eles tentei fugir uma vez ou outra mas mudei de ideia  quando em uma dessas tentativas vi a Milena escondida na praça do tudo, de longe parecia que ela estava só chorando mas quando cheguei perto percebi que ela estava tendo uma crise e como eu sabia que aquilo era ruim porque eu tinha, me aproximei mais e tentei ajudar ela, mas nada adiantou, até que me lembrei do urso que estava guardado na mochila e entreguei ele pra ela,  depois falei que ele não queria ver ela chorando e que se ela respirasse fundo e com calma eu daria o bolinho pra ela, foi um ótimo método, porque funcionou e ver que ela ficou tão apegada ao urso me faz sentir  coisas estranhas, mas não são coisas ruins.

Milena_ não vou deixar ninguém pegar o bolinho de mim.

_ tá eu e o bolinho sabemos disso, agora pare de chorar e termine de comer se não ele vai ficar chateado.

A Mafia- Massimo al Capone Where stories live. Discover now