A Mafia- Massimo al Capone

Capítulo 20

Massimo

Depois de sairmos do escritório do Lorenzo, fomos pro escritório principal do meu sogro pra levar o documento que ele precisava, foi a primeira vez que o vi tão avoado e sorridente, ele não tem o costume de conversar, mas hoje ele estava falando até com as paredes quando chegamos.

San Tiago_ oque aconteceu com o cabelo de vocês?

Mile_ fui pintar o cabelo e aproveitei pra pintar o dele também, aí ele se vingou.

San Tiago_ falta cinco dias pro casamento, vocês vão se casar assim?

Mile_ a princípio não, mas é uma ótima ideia.

Depois disso meu sogro devolveu os carros da Milena, falando que eram dela e que oque ele deu pra ela a mesma não pode devolver, ela obviamente aceitou, então enquanto fiquei ali resolvendo algumas coisas, Milena saiu com um dos carros dela.

San Tiago_ você gosta da Milena?

_ não sei, minhas opiniões sobre ela estão mudando ainda.

Jessica_ oque esse pirralho de merda está fazendo aqui?

San Tiago_ Não te interessa, quem permitiu que você entrasse no meu escritório?

Nesse momento ficou um silêncio constrangedor  e  meu sogro tinha mudado completamente de um segundo pra outro, estava na cara que nem ele mesmo suporta mais essa mulher. Ela não diz nada, só bufa e sai batendo a porta com força.

_desculpa a intromissão, mas porque o senhor ainda está com ela?

San Tiago_  porque o processo do divórcio é complicado e porque ela é a mãe da Milena, estou esperando vocês se casarem primeiro pra botar alguns dos meus planos em prática.

_ entendo, então... o que queria falar sobre meu avô?

San Tiago_ ele descobriu sobre seu casamento apenas porque eu contei, a quanto tempo você não o vê?

_ dês de quando viemos pro Brasil, depois disso só ouvi falar dele por terceiros, ele tentou entrar em contato mas meu pai e minha mãe não me deixa falar com ele.

San Tiago_ bom, agora que você saiu de casa posso te entregar isso então.

Fala e me entrega uma caixa com cadeado depois entrega uma chave ambos pareciam bem antigos.

_oque é isso?

San Tiago_ seu avô me pediu para te entregar quando você tivesse longe daqueles três e pediu que você abra só depois do casamento, de preferência junto a Milena.

Fico meio confuso com aquilo mas não faço mais perguntas, apenas término oque tenho pra fazer ali e saio vendo a mãe da Milena cochichando algo com os capangas dela depois me olhando com ódio, olho pra eles com indiferença e sigo meu caminho. Estava passando em frente à uma cafeteria quando vi Milena e Helena conversando, parece que a Helena foi despejada e estava tendo que ficar na casa dos amigos, então falei que ela podia morar no meu apartamento e sem querer assustei as duas, principalmente Milena, já que apareci atrás dela e ela deu um pulo da cadeira.

Helena é do tipo que não aceita as coisas dos outros a não ser que você a chantageie indiretamente, então comprei um apartamento novo no mesmo local e andar já que preciso de um para ser meu "escritório" e só aí ela aceitou. Assim mostramos o apartamento pra ela e como planejado assim que estava trancando a porta Lorenzo apareceu perguntando oque que ela estava fazendo ali e coisas do tipo, depois de explicar a situação conversamos mais um pouco e saímos de novo, depois de a deixarmos no lugar destinado, eu e Milena fomos ver as casas, mas naquele dia não conseguimos achar nenhuma que fosse do nosso agrado.

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Três dias depois.

Mile_ essa não?

_ porque não?

Mile_ porque não tem nem porão e nem sótão.

fala agarrada ao urso que agora vai pra todo canto com a gente e por sairmos muito ela ja sai de casa agarrada a ele.

_ porque você quer que tenha sótão ou porão?

Mile_ porque você não quer que tenha?

Passo a mão no rosto tentando afastar as lembranças que vem em minha mente e suspiro olhando pra corretor de imóveis e ela faz um sinal com a mão e sai nos deixando a sós, Milena percebe e assim se senta no chão, uma das manias dela que percebi da ultima vez que ela estava mal é que sempre que ela quer chorar ela franze as sobrancelhas e começa a apertão algo, seja a própria mão e dedos ou até mesmo o urso que é oque ela estava fazendo nesse exato momento, então me aproximo dela e sento em sua frente, ela me olha confusa e se afasta, mas me aproximo novamente a segurando pela cintura com uma das mãos e com a outra massageio sua testa fazendo ela relaxar e percebo seus olhos encherem se lagrimas. 

_ tá tudo bem, eu não sou sua mãe, você pode me contar as coisas.

Mile_ e-eu costumava ter um canto no sótão e dês de pequena ia pra lá  pra fugir da minha mãe ou pra ficar longe das pessoas, era tipo um quartinho do pânico já que também ia pra lá durante as crises, minha mãe não sabia disso e nem do bolinho, ela só descobriu aquele dia e o destruiu por completo com um machado...

fala se referindo ao dia em que nos encontramos na praça do cano após a briga com nossas mães  e que também foi quando começamos a morar juntos, ela me olha deixando as lagrimas virem e a abraço fazendo carinho em suas costas.

_ entendo...

Mile_ e você? porque não quer que tenha nenhum dos dois...

fala se aconchegando no meu colo e deitando a cabeça no meu ombro.

_ bom... graças aos meus pais e meu irmão, o porão foi onde ganhei a maioria das minhas cicatrizes e alguns dos traumas, o sótão é porque eles me trancavam lá quando não queriam que alguém me visse ou coisa do tipo, apesar de ter livros bem legais lá, era muito escuro e abafado, então era sufocante e desesperador ficar lá mais de dois dias.

Mile_ Caralho....

  Fala em um quase sussurro então olho pra ela que agora estava me encarando com os olhos arregalados e cheios de lagrimas novamente, não soube como reagir então apenas dei de ombros e ela voltou a chorar, desta vez me abraçando forte.

Mile_ d-desculpa Massimo [soluço] eu... eu não sabia...

_ ta tudo bem, não tem o porque se desculpar, você não fez nada de errado e não tinha como você saber.

falo me ajeitando para me levantar com ela no colo, ela se assusta e  me olha depois olha pra baixo assim que me levanto. 

_quer descer?

Mile_ não.

fala e se agarra a mim novamente, então ando pra fora daquele jeito mesmo fazendo a corretora nos olhar de forma engraçada e no fim acabamos achando uma casa perto daquela  com um quarto extra pra ser o quartinho do pânico da Milena e sem porão ou sótão.