Capítulo Onze - Você Pode Descansar Agora

100 7 2
                                    

Nova Orleans, Louisiana

— Você nunca me disse que seu pai era um veterano de guerra — comentou Adam Ruzek, casualmente, tirando os óculos de sol ao parar na sala de espera do Hospital dos Veteranos de Nova Orleans.

— Ele era segundo tenente, ou algo assim. — Mia colocou uma mecha de cabelo para trás da orelha e sorriu simplista para Adam, que a puxou um pouco mais para perto, abraçando-a pela cintura. — Eu acho que nunca toquei no assunto porque não gostava muito de lembrar, meu pai era atormentado por muitos demônios. — Mia deu uma rápida olhada para trás, observando Lexi, que vinha andando a passos arrastados, como se quisesse adiar aquilo o máximo possível. — Não que isso justifique alguma coisa.

— Eu entendo. — Adam suspirou, beijando o cabelo dela com gentileza. — Se precisarem de um momento a sós, posso esperar aqui.

Mia virou o corpo, ficando de frente para o noivo, e meneou a cabeça negativamente.

— Preciso de você lá comigo — confessou baixinho e Adam assentiu em resposta, pegando na mão dela e fazendo um leve carinho com o polegar.

Lea Martin apareceu na entrada da sala, seguida de um enfermeiro que não parecia ser muito mais velho que Mia.

— Olá, meninas. — O sorriso da mulher não chegou aos olhos, mas era nítida sua felicidade quando Lexi a envolveu em um abraço apertado. — Senti saudades, filha — sussurrou, fechando os olhos e acariciando os cabelos da filha com ternura.

— Sinto muito por não ter estado aqui todo esse tempo, mãe.

Lea se afastou para olhar nos olhos tristes da filha.

— Não há nada que deva se desculpar, querida — Lea beijou a bochecha de Lexi e deu um passo para o lado, observando atentamente os outros dois presentes. — Mia, que bom vê-la — sorriu docemente para a ruiva, que retribuiu da mesma forma. — Você é...? — Os olhos astutos de Lea focaram em Adam.

— Sou Adam Ruzek, noivo da Mia. — O policial se apressou em cumprimentá-la, apertando sua mão cordialmente. — Eu sinto muito. Por tudo.

Lea assentiu em agradecimento.

— Sou Lea Martin, e parabéns pelo bebê.

Adam sorriu simplista, assim como Mia, e Lea voltou sua atenção para o enfermeiro, que observava tudo em silêncio.

— Vamos?

— Por aqui, por favor. — O enfermeiro indicou o caminho que Lea já conhecia de cor e foi seguido pelo quarteto.

Lexi sentia seu coração apertar a cada passo que dava, torcendo para que acordasse daquele pesadelo o mais rápido possível. Não queria ver seu pai em uma cama de hospital, por mais que ainda sentisse mágoa por tudo que ele havia lhe feito. Vê-lo debilitado significava que ele partiria em breve, e Lexi não queria acreditar naquele destino fatídico.

— Nick — Lea chamou quando o enfermeiro abriu a porta do quarto e deu passagem para que entrassem. A forma como o apelido do homem soou em sua voz fez Lexi viajar para o passado, lembrando das raras vezes em que a mãe o recebeu em sua casa. — Você tem visita.

Nicholas abriu os olhos, demorando um pouco para focar a visão.

— São as minhas meninas? — A voz dele saiu baixa e fraca, seus olhos azuis indo de Mia para Lexi algumas vezes. — Que surpresa inesperada.

Lea arrumou o travesseiro, ajudando-o a sentar na cama de forma mais confortável, algo que o fez ficar um pouco mais carrancudo, como já era de se imaginar. Nicholas sempre odiou ser dependente de alguém.

Além Da Liberdade {ONE CHICAGO - LIVRO DOIS}Where stories live. Discover now