Além Da Liberdade {ONE CHICAGO - LIVRO DOIS}

Capítulo Catorze - Bem Vinda Ao Mundo

Adam Ruzek nunca odiou tanto o trânsito de Chicago, algo que ele e Justin Voight, naquela situação, tinham em comum. O engarrafamento havia deixado o percurso mais demorado do que deveria, fazendo com que Justin chegasse com Mia ao Chicago Med em quase quarenta e cinco minutos. Adam, bem como a Unidade de Inteligência, chegou em uma hora, apesar das sirenes ligadas. 

Justin estava na sala de espera, andando de um lado para outro, emanando nervosismo e ansiedade, quando os policiais chegaram, estacionando de qualquer jeito na entrada. Ao ver o pai, respirou fundo e se acalmou um pouco, apesar da situação tensa na qual se encontrava.

— Justin... — Adam Ruzek começou a falar, mas logo foi interrompido por Will Halstead, que veio a passos largos em sua direção.

— Adam, preciso que venha comigo, agora! — O tom de voz do médico era sério e autoritário, assustando Adam com a possibilidade de que algo estivesse dando errado. Com uma última olhada para os demais presentes, o policial acompanhou o amigo.

— Will, o que está acontecendo? — Ruzek parecia à beira de um ataque cardíaco, sentindo ser impossível manter a calma naquela situação.

— A bolsa rompeu há pouco mais de uma hora, mas a Mia ainda está com pouca dilatação.

Adam higienizou as mãos, conforme Will indicou que fizesse, e colocou as luvas e a touca antes de entrar na sala de cirurgia.

— O que isso significa? — indagou, sentindo seu corpo ser tomado pelo desespero ao ver Mia gritar por conta das dores das contrações, auxiliada pela Dra. Natalie Manning e pela enfermeira April Sexton.

— Significa que podemos esperar mais algumas horas ou induzir o parto, a escolha é dela. — Will se aproximou de Mia, checando os aparelhos para ver como estavam seus sinais vitais. — Pelo parto ser prematuro, podem haver complicações se esperarmos muito tempo, você precisa estar ciente disso.

Adam assentiu, respirando fundo e procurando as palavras certas ao se aproximar da noiva.

— Oi, amor, eu estou aqui.

Ao ouvir a voz do policial, Mia virou o rosto em sua direção. Os olhos verdes, sempre tão intensos, esboçaram um pouco de cansaço e medo.

— Adam... — Mia tentou falar, mas uma forte dor a impediu, fazendo-a gritar um pouco mais alto e apertar com força a mão que Adam havia lhe estendido.

— Mia, se formos induzir o parto, precisa ser agora. — Natalie Manning proferiu, checando mais uma vez se Mia tinha dilatação, apenas para constatar o que já imaginava.

Mia e Adam se olharam e não precisaram falar nada para saber que pensavam a mesma coisa. Tudo que importava para eles, naquele momento, era o bem estar de Sara.

— Pode fazer. — Mia sussurrou e Adam assentiu para Natalie, que começou a dar ordens junto com Will, fazendo as enfermeiras agirem o mais rápido possível.

— Injetando ocitocina. — April comunicou, usando a seringa para colocar o medicamento no acesso intravenoso.

— Não vai demorar.

Com a segurança que Will passou em apenas três palavras, Mia respirou fundo, entrelaçando mais os dedos aos de Adam, reunindo toda a sua força para o que viria a seguir. Em alguns minutos, sentiu contrações mais fortes e regulares.

— Certo, Mia, preciso que empurre com toda a força que tiver.

Aos comandos da Dra. Manning, Mia empurrou, gritando com a dor causada pelas contrações e dilatação.

— Vamos lá, amor, você consegue. — Adam a encorajou, acariciando seus cabelos ruivos, dando a Mia forças que ela nem ao menos sabia que tinha.

— Estamos quase lá. — Natalie sorriu de forma gentil e com um último empurrão de Mia, puxou a bebê.