Além Da Liberdade {ONE CHICAGO - LIVRO DOIS}

Capítulo Quinze - Essa É A Sua Família

Mia estava trocando os canais da tv em seu quarto de hospital, procurando por algo minimamente interessante para assistir, quando escutou vozes conhecidas no corredor. Em poucos segundos, Adam Ruzek entrou, seguido de Antonio Dawson e Kelly Severide, que carregava uma caixa de bombons.

— Olá, meninos — Mia sorriu abertamente, desligando a tv e sentando na cama. Instintivamente, Adam se aproximou e arrumou o travesseiro, deixando a noiva mais confortável.

— Viemos conferir se o Adam já fez você surtar com todo o cuidado exagerado — Kelly brincou, entregando a caixa de bombons à amiga e recebendo um dedo do meio de Adam em resposta. Mia riu baixo, dando um tapinha na mão do loiro, que rolou os olhos.

— Deixem ele em paz. — Mia fez uma careta para Severide, que piscou e sentou na ponta da cama.

— Fora os péssimos canais de tv, como vocês estão? — indagou Antonio, encostando na parede ao lado da cama e cruzando os braços.

— Estamos bem, eu vi a Sara mais cedo, ela se alimentou bem e a Dra. Manning acha que pode assinar a alta no final de semana. — Mia olhou para Adam, os olhos de ambos brilhando em expectativa, antes de voltar a atenção para os amigos, que pareciam aliviados com as boas notícias. — Quanto a mim, Will decidiu que era uma boa ideia fazer um check up completo, por precaução. Segundo ele, se não aproveitasse a oportunidade, eu não voltaria tão cedo. — comentou, fazendo uma careta e rindo, constatando mentalmente que, provavelmente, o amigo estava certo.

— Bom, 14 de junho entrou para a história de Chicago como a primeira vez em que a Sara quase matou o Ruzek do coração. — Severide brincou, arrancando risadas dos amigos.

Adam coçou a nuca, lembrando que realmente quase teve um ataque cardíaco, e pegou o bombom que Mia ofereceu a ele, após ela mesma levar um à boca.

— Espero que ela nunca mais faça isso — comentou Adam, comendo o doce e rindo um pouco sem graça.

— Ah, meu amigo! — Antonio apertou o ombro do policial, como se o consolasse. — Você ainda não viu nada — concluiu e piscou, rindo com a expressão quase apavorada que Adam o lançou, e sabendo, por experiência própria, como era a paternidade.

***

No sábado à noite, após Mia dormir, Adam foi ver Sara, caminhando calmamente pelo corredor já conhecido. Diferente da mãe, a recém nascida estava acordada, era perceptível por seus pequenos pés mexendo devagar. Adam sorriu, imaginando consigo mesmo quando ela abriria os olhos, ansioso por ver de que cor eram e se ela tinha o olhar tão intenso quanto a mãe.

— Quer vê-la? — Adam olhou para o lado, se deparando com Maggie Lockwood, chefe da enfermagem, e franziu as sobrancelhas.

— Eu posso? — O tom de voz revelava que, apesar de ansioso para segurar a filha nos braços, Adam estava receoso.

— Vem comigo.

Maggie explicou todas as precauções que Adam devia tomar, ajudando-o também a encontrar a melhor posição para segurar Sara. Contudo, assim que ele a segurou, sentiu como se tivesse treinado para aquilo a vida toda. Era a melhor sensação do mundo.

— Me chame se precisar de alguma coisa — a enfermeira sorriu simplista e saiu, dando privacidade ao homem.

— Você é tão linda — Adam sussurrou após alguns instantes somente admirando a filha, e ela mexeu os pezinhos novamente, fazendo-o rir baixo. — Eu esperei tanto pra ter você nos meus braços, pequena.

Os olhos castanhos dele encheram de lágrimas, transbordando o amor que sentia por Sara. Com o indicador, acariciou o rostinho da bebê, sentindo sua pele macia, aos poucos achando-a ainda mais bela e se questionando como podia ser tão sortudo.