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W I L L I A M

Acelero minha moto pelas ruas do meu alemão depois de passar em casa e deixar a Anna e o Theo.

Paro na calça, entro no beco vendo o Acerola pulando de um laje pra outra, ele sorri acenando pra mim e continua. Olho pra cima vendo o gringo na beirada da laje do barraco e atrás deve vem o terro andando pro mesmo lugar.

Gringo: parece até aqueles joguinho que tu tem que ficar desviando e pulando das parada - aponta pro acerola rindo, o muleque manda dedo de longe e eu entro ouvindo as vozes lá em cima.

Ret: cadê o foguete? - os dois olha pra trás
- quero fala com ele

Terro: aei patrão - veio pra perto de mim com a mão esticada no ar - nem aviso que ia voltar hoje - perto a mão dele olhando seu seus olhos verdes - tranquilo? Por aqui está tudo em ordem - afirmo - vou acionar o foguete - solto sua mão passando no bolso do baseado - bora gringo - olha pro cara branco barbudo por cima do ombro.

Gringo: fala patrão - vem apertar minha mão também, aperto e me afasto indo pra porta da laje - bora lá terro - os dois descem, não demora muito, eu vejo eles passando no beco em baixo rindo um do outro.

Sento no caixote me encostando na pilastra olhando pras casinha do meu morro.

O vento fresco da noite caindo, bate no meu corpo trazendo minha cabeça pro lugar. Tô ligado que falei umas parada que não devia lá em Paraty, lá eu não conseguia pensar porque minha cabeça estava aqui, pensando que aqueles fodidos podiam entrar em qualquer momento sem eu está aqui pra bater de frente.

Por não confiar neles, eu fico martelando tudo que eu falei pro tio, ele pode muito bem abrir a boca e distorcer tudo que eu falei, até o foguete subir as escadas e me chamar.

Foguete: qual foi? - viro pra trás vendo ele tirar o boné da cabeça ajeitando alguma coisa me olhando - fui fazer a ronda que tu pediu - solto a fumaça - já sabe de mais alguma coisa?

Ret: só o que eu te falei por telefone - levanto batendo a mão na bermuda pra limpar - eles já estão aqui pelo país, não sei onde. Quero a mesma parada da última vez, toque de recolher, ronda de uma em uma hora - afirma colocando o boné de volta - viu alguma coisa por aí?

Foguete: tava tudo tranquilo, não vi nada - cruza os braços - vai mandar ela pra fora?

Ret: essa tá sendo a melhor opção até agora - estendo o baseado pra ele que nega - falei que ela não ia, mas agora tô pensando em falar com ela

Foguete: se tu devolve o dinheiro não resolve não? - do de ombros - pensa nessa parada. Devolve o dinheiro e sai dessa, não tem necessidade de entrar em uma com os cara por causa de dinheiro, dinheiro tu tem e pode devolver

Ret: meu ódio nem é pelo dinheiro tá ligado, posso devolver e foda-se. O problema é que eles querem que eu renove papel e eu não quero, eles querem muita coisa de mim e que eu não quero

Foguete: os cara tão na pilha já por causa da morte do rei e se tu não devolver eles vai cair matando  - aperto os olhos pra ele
- é só tu fazer um acordo

Ret: mas eu vou devolver o dinheiro, tô ligado que errei em assaltar a concessionária dos cara, se fosse comigo eu também ia querer de volta. Só que o que me fez falar pra caralho lá com o tio, foi a forma que os cara veio pra cima, tá ligado. Eles tão botando marra pra cima do meu comando, falando várias merda que nunca nem passou pela minha cabeça

Amante Do Perigo ²- Filipe Ret Where stories live. Discover now