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W I L L I A M

Se anos atrás me perguntassem onde eu queria está, não saberia responder. Mas agora, vendo tudo que conquistei, diria que o lugar que eu morreria pra estar, é aqui junto com eles.

Não por ser uma noite de réveillon em uma praia bonita e lotada, mas pelas pessoas que estão comigo. Tenho a mulher da minha vida, meu irmão está vivo e meu filho....eu finalmente consegui encontrar minha paz.

A todo minuto que olho pra eles, lembro de um William que procurava por paz, eu era neurótico querendo viver uma vida tranquila, ter meu império e poder ter tudo que eu quisesse sem precisar ser foco de tiro. E eu encontrei, a paz e a tranquilidade está bem aqui nos meus braços. Seus olhos escuros então penetrados em mim, ao ponto da minha respiração desregular com seu toque em meu rosto.

Anna: obrigada por tudo que fez pela gente - sorrio de canto vendo seus olhos brilharem. Mesmo com pouca luz, é possível vê seus olhos enchendo de lágrimas - te amo - fica na ponta dos pés me dando um beijo.

Ret: te amo mais, princesa - Anna encosta a cabeça no meu peito, apoio meu queixo no topo encarando as ondas se quebrando na areia da praia.

Do nosso lado está Camillo e Juliana rindo de alguma palhaça que o Daniel faz. Ele veio obrigado a cumprir todas as regras que o doutor passou. Anna fica no pé dele, mas o mesmo aceita já que não queria passar a virada no hospital.

Desvio minha atenção para as duas crianças brincando na areia. Theo pega um copo de plástico cheio de terra e levanta jogando pra trás, isso faz a camisa branca dele sujar toda, não queria ser ele quando a modelo vê.

Observando daqui, ele não se parece nem um pouco comigo parece com a Anna, olha que eu tô analisando o menino com muita delicadeza. As vezes me pego olhando ele assim desde que descobri tudo.

É um sentimento diferente saber que sou pai, fico confuso com as batidas que meu coração da quando estou perto dele. Theo cresceu acreditando que o outro lá era seu pai, não aceitaria um estranho falando que é seu pai, pra ele eu sou apenas o tio William.

Não sei se é o certo virar sua vida de cabeça pra baixo contando a verdade. Até porque não sei se eu seria capaz de fazer papel de pai. Minha figura paterna sempre foi minha vó, meu pai eu nunca nem ouvi falar dele. Por isso tenho medo de não ser bom o suficiente pro meu próprio filho, já que não tive nenhum exemplo decente de pai.

Anna: Theo! - me assunto saindo dos meus pensamentos quando sua voz sai um pouco mais alto falando com o menino - olha sua roupa - ela me solta indo na direção dele - caramba, Theo - o muleque olha pra mãe com os olhos apertados. Anna tira o copo de sua mão e briga com ele que fica quieto escutando tudo até ela terminar - ouviu? - ele afirma com a cabeça.

Anna sabe o que faz, ela se sai muito bem fazendo esse papel.

Foguete: ele é seu filho, né? - sua voz toma minha atenção. Encaro ele ajeitando seu boné branco e chegar mais do meu lado com dificuldade.

Ret: tá tão óbvio assim? - cruzo meus braços fazendo bico - é sua culpa, arrombado - ele rir.

Foguete: o jeito que você olha pra ele entrega - respiro fundo desviando outra vez pro muleque que já não estava mais brincando com areia - já contou pra ela?

Ret: não - mordo meus lábios com medo dele falar muito alto e alguém escutar - nem sei se ela sabia

Foguete: ela teria te contado, cabeção - sinto minha cabeça ir um pouco pra frente com o tapa que esse cuzão deu na minha nuca - se liga, porra. Tá dormindo

Amante Do Perigo ²- Filipe Ret Onde histórias criam vida. Descubra agora