•013•

2.8K 289 76
                                    

A N N A

Olho com a visão embasada para a pedra de diamante brilhando no meu dedo e derramo todas as lágrimas que estavam presas. Uma sensação de decepção comigo mesma invade meu peito na mesma força que lembro das palavras dele.

Nunca lutei por quase nada da minha vida, tudo que faço é fugir quando as coisas apertam. Nem meu amor pelo William foi o suficiente pra me fazer ser forte, e dói saber que ele pensa assim, dói muito porque só eu sei o quanto amo esse homem. Tudo que ele faz me puxa pra ele, tudo que somos me faz ter os melhores dias.....mas será que eu nunca vou ser capaz de lutar pela gente? Será que toda vez que algo sair do controle, eu sempre vou ir pelo mais fácil? Não quero que seja assim. Quero ele pra mim, pelo resto da vida.

Levanto da escada subindo pro meu quarto, entro vendo o Theo sentado na cama com o celular nas mãos, ele me olha sorrindo me mostrando o buraco do dentinho que caiu.

Anna: oi filho - me aproximo sentando na cama, puxo ele devagar passando as duas pernas dele por cima do meu colo e abraço afundando o rosto nos fios escuros dê seu cabelo macio. Sinto um alívio tão grande tomar conta de mim. Meu filho está aqui, bem e nos meus braços. Nada machucou ele e nunca nada vai machucar porque eu faço o impossível por ele do mesmo jeito que eu quero ser capaz de fazer pelo William. Um dia eu ainda vou saber como mostrar o meu amor por ele, assim como sei demostrar pelo Theo - te amo, tá bom? - ele afirma com a cabeça afastando ela do meu peito, seus olhos brilhantes vem de encontro com os meus e o rostinho tranquilo com a pele branquinha me encara respirando devagar
- que foi?

Theo: papai - fecho os olhos negando com a a cabeça. Não estava preparada pra isso. Doeu ouvir o tom da voz dele, como se estivesse com medo da resposta, tenso com minha reação......- cadê ele?

Anna: filho - me ajeito abrindo os olhos pra buscar ar o suficiente pra falar - seu papai virou uma estrelinha no céu - ele tenta se mexer pra sair, mas eu seguro ele nos meus braços - ele fez coisas que não eram certas, mas nada disso muda o amor que ele tem por você, tá bom? Heitor é seu pai e os erros dele não tem nada haver com você

Theo: estrelinha? - faz bico com os olhos cheios de dúvidas - meu papai?

Anna: sim filho, uma estrelinha que sempre vai está cuidando de você. Apesar de tudo, ele nunca fez mal pra você e sempre te amou muito, tá bom?

Theo: tá bom - beijo a testa dele respirando o cheiro doce.

Fico um tempo ali conversando sobre outros assuntos bem legais pra ele, mudei o rumo da conversa porque Theo é pequeno e não entende, mas de alguma maneira ele sabe que não vai mais vê o Heitor. Distrair a mente dele é a melhor saída pra não ficar lembrando do rei. Por todo mal que o pai dele fez pra mim, não posso negar que com o filho ele era incrível. Foi um bom pai e que vai deixar saudades pro theozinho.

Saio do banheiro com a toalha no cabelo e ajeitando a alça do meu baby doll Verde de renda. Olho meu menino deitado todo confortável, de banho tomando e barriga cheia, ele desvia a atenção da tv pra mim e tira o dedo da boca pra apontar pra porta.

Anna: o que tem lá? - ando na direção da cômoda tirando a toalha do cabelo - quer que feche?

Theo: o tio veio aqui - franzi a testa lembrando que o terro e o foguete estava lá em baixo - e bagunçou meu cabelo - fez bico resmungando. Rio sabendo quem é e nego com a cabeça.

Anna: ele tem inveja do seu cabelo - pego a escova passando pelos fios molhados - liga não

Ele fica em silêncio voltando a prestar atenção no desenho. Termino de pentear meu cabelo e passo hidratante no corpo, rosto e um outro nos lábios.

Tirei a coberta que cobria a cama e deitei por baixo cobrindo nós dois, puxo ele que já está quase com os olhos fechados pro meu peito deixando a gente aconchegados.

Olho lá pra fora vendo a noite passando e escuto um barulho no corredor logo em seguida uma porta ser fechada e o silêncio voltar. É ele. Desde que saiu daqui depois da nossa pequena discussão, eu não sei de nada que aconteceu lá fora. Perguntei pro terro e o foguete que estavam aqui, mas os dois fogem do assunto e me enrolam.

O que mais complica a situação é está aqui sem saber de nada porque o William acha que assim é o jeito mais fácil de proteger alguém. Não, não é assim que funciona. Eu tenho que saber porque é comigo que podem mexer, e eu sem saber de nada corro mais risco de cair na mão deles. É tão difícil entrar isso na cabeça dele que me dá raiva.

Deixo o Theo dormindo na cama e levanto indo até o quarto dele, a porta está fechada então eu bato duas vezes e não vem resposta. Abro a porta vendo ele só de bermuda de costas  na sacada e a fumaça subindo na direção da luz do poste da rua.

Anna: William - ele não responde e continua de costas olhando lá pra baixo, eu entro fechando a porta atrás de mim e respiro fundo caminhando até a sacada - podemos conversar como adultos?

Ret: não tenho nada pra falar contigo não - joga o cigarro lá em baixo e sopra a fumaça se virando pra mim - já falei o que tinha pra falar, agora é contigo - passa por mim indo se deitar na cama.

Anna: você não entende o meu lado - cruzo os braços revirando os olhos, volto pra dentro parando na lateral da cama, subo em cima dele passando uma perna em cada lado dê seu corpo prendendo ele de baixo de mim pra escutar tudo que vou falar sem fugir - para de ser criança e fala comigo direito

Ret: sai de cima Anna - bate na minha coxa e eu nego - eu deixo tu falar, mas sai de cima

Anna: só quando eu terminar - ele passa a mão no rosto mordendo o interior da bochecha - escuta o que eu vou te falar pra eu não ter que repetir outra vez - aponto o dedo pra ele chegando mais perto de seu rosto - tá ouvindo? - ele não responde e eu pergunto outra vez, William afirma com a cabeça olhando pro lado - então tá bom. Esse negócio de que é pra me proteger acaba agora, se quer me proteger e ficar comigo vai ter que me contar tudo que está acontecendo e tudo que vai acontecer daqui pra frente. Você jogou nas minhas mãos uma responsabilidade e eu aceitei, vou ficar contigo aqui, mas agora eu jogo uma nas suas mãos também. Só fico se nunca mais esconder nada de mim, nada! O mínimo que for, você vai me contar. Agora é contigo - me afasto abaixando a mão - eai William, quer mesmo ficar comigo ou não?

+100 votos

Amante Do Perigo ²- Filipe Ret Where stories live. Discover now