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A N N A

Vejo o carro sumir da rua e fala com os três meninos, do outro lado da rua, guiando pra dentro de casa com o Theo.

Na sala, solto a mão dele vendo meu menino correr pra se sentar no sofá, deixo minha bolsa na mesa e pego meu celular dentro dela vendo as últimas notificações. Entro na conversa da Ju responde a mensagem dela.

- já falei pra não entrar aí - olho pra trás rápido vendo um dos meninos apontar o cano do fuzil pras costas dos dois homens que passa a linha do portão olhando pra mim - eu vou atirar!

Tio: atira e você morre junto com sua família - a voz firme entra nos ouvidos do menino fazendo ele abaixar a arma e os outros dois chegar atrás dele assustados - oi Anna - desligo o celular deixando na mesa e franzi a testa vendo ele subir os degraus até a sala junto com um outro cara.

- o Ret não vai gostar - caminho na direção deles cruzando os braços - patroa, vou acionar o chefe....- estendo a mão na direção dele que vai parando de falar e leva o celular até o ouvido.

Anna: desliga - falo olhando pro cara branco dos cabelos e barbas grisalhas, ele fecha um botão do palito sem desviar o olhar do meu. Medi ele de cima a baixo voltando em seus olhos pretos - pode deixar, ele tá ocupado, eu resolvo isso aqui

- tá maluca, patroa - respiro fundo desviando do velho, aperto os olhos pro menino e ele entende descendo o celular e guarda no bolso da bermuda - a gente não sai daqui então

- ela ja não falo que resolve? - dessa vez o velho para de me olhar e vira por cima do ombro mirando o peso dê seus olhos no corpo magro do segurança com o fuzil apontado pro chão - tá surdo

Anna: ele vai ficar aqui - coloco o cabelo atrás da orelha dando um passo na frente. Eu fico frente a frente dele, é o suficiente pra ouvir sua respiração funda que ele dá - quem é você?

- não lembra da minha voz, Estrella? - abro mais os olhos rindo nervosa. É ele, meu pai. Eu fecho a cara andando pra trás quando sinto o peso dos seus olhos sobre mim, toca no fundo do lado mais sensível do meu peito fazendo minha respiração acelerar sem me dá tempo de pensar em soltar o ar normal, meu rosto queima enchendo meus olhos - tudo bem?

Tia: Anna? - coloco a mão no peito que está subindo e descendo rápido, tento respirar fundo, mas parece ter uma pedra no meu peito fazendo pressão no lado que mais dói - quer água? - sinto sua mão tocar minhas costas e me afasto olhando pro cara atrás dele - fica calma

Anna: é ele? - olho pro tio, ele respira fundo e afirma. Quando vejo a cabeça dele balança em confirmação, meus olhos arderem enquanto fixa o rosto tenso do velho - á-agua....eu...- balanço a mão abanando meu rosto sentindo meu corpo ficar sem forças e meu rosto queimar.

Pai: pega água pra ela, Edgar - sento na cadeira seguindo seus passos até mim, ele para na minha frente e o tio sai em direção da cozinha. Não demora, ele me estende um copo de água, bebo rápido demais e respiro fundo fechando os olhos pra jogar as lágrimas pra longe - está melhor?

Anna: tô - coloco o copo na mesa de vidro do nosso lado e abro os olhos passando a mão molhada da água no rosto - o que você quer aqui? - jogo meu cabelo pra trás querendo sentir um vento.

Pai: vem conversar com você - estende a mão na minha frente, intercalo o olhar entre seu rosto e a mão cheia de anel no ar, mas não aperto até a voz do tio soar na sala.

Amante Do Perigo ²- Filipe Ret Onde histórias criam vida. Descubra agora