Amante Do Perigo ²- Filipe Ret

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W I L L I A M

Paro a moto descendo rápido, olho pros três muleque no chão e chego mais perto do que está do lado com o celular na orelha.

Ret: que porra aconteceu? - ele me olha com os olhos cheios de lágrimas, desvio o meu pro portão da casa todo perfurado e sinto meu corpo esquentar em um desespero fora do normal - cadê ela? - a única coisa que sai da minha boca junto com o aperto no meu peito entrando. Ele aponta com a cabeça pra dentro e eu atravesso a rua correndo, entro vendo as balas no chão e alguns furos na parede - Anna! Modelo cadê tu?

Anna: William - escuto a voz de choro, chego no pé da escada vendo ela ali com as mãos na cabeça. Anna me olha com o rosto molhado e faz bico chorando - eu não quero mais isso

Ret: você tá bem minha princesa? - subo me abaixondo na frente dela, pego nas suas  mãos geladas beijando as duas - olha aqui pra mim - ela respira fundo eliminando a tremedeira e meu medo vai junto assim que o olhar dela bate no meu - aconteceu alguma coisa contigo? - nega - tá sentindo alguma coisa? - passo o olhar pelo corpo dela sem mancha de sangue - tá bem mesmo?

Anna: tô, mas acho que os meninos não - puxo ela trazendo pro meu peito, abraço seu corpo apertado me sentando na escada, encosto na parede colocando ela sentada no meu colo - eu estava no portão quando começou - meu peito aperta no momento que ela começa a falar - poderia ter me acertado

Ret: mas não acertou - beijo o ombro dela - vou achar quem fez isso e acertar as balas que tentaram acerta em você

Anna: quero ir embora - franzi a testa - tô com medo. Nesse momento eu poderia está com uma bala no corpo, meu filho correu perigo, eu corri perigo e você….

Ret: eu sei minha modelo, sei que tu correu perigo, mas eu não vou deixar isso acontecer de novo

Anna: você não vai conseguir me proteger sempre, William. Vou ir pra Turquia essa semana ainda - me afasto dela rindo nervoso - enquanto meu filho estiver em perigo eu não volto pra cá

Ret: para de brincar, porra. Tu vai ficar aqui e eu vou te proteger - ela nega - vai sim, Anna

Anna: não vou. Nada nesse país tá me deixando em paz, onde eu vou tem alguém atrás de mim - ela passa as costas da mão no olho - não quero mais, amor....

Ret: porra, princesa - entro com a mão por dentro do cabelo dela fazendo carinho - não faz isso não. Tô tentando pra caralho, quero deixar tudo no seu devido lugar pra gente conseguir viver em paz

Anna: e será que a gente consegue? Você sendo você? Não William! Não dá, e você sabe que se eu continuar aqui sendo ligada a você, nada nunca vai ir pro seu devido lugar. Vão me usar pra te atingir e eu não quero meu filho nesse meio, não quero servir de isca pra pegarem você, não quero ser o motivo pra nada contra você, não quero e não vou continuar aqui

Ret: tranquilo então Anna - bato na coxa dela pra sair - vai pra puta que pariu então. Me virei em dobro e vou continuar me virando como sempre foi, não vai ser você sendo ligada a mim que vai me fazer parar. Não é de hoje que querem minha cabeça, não vai parar amanhã e nem em outra vida, sempre vai ser assim, porque eu sou eu! - ela levanta e eu levanto atrás - se quer correr comigo, vou abraçar, se quer fugir e fazer como sempre faz, vai lá

Anna: eu não tô fugindo, William. Me entende, por favor. Não é só a sua vida, não é só a minha..... é a do Theo. Poxa cara, ele é uma criança. Eu estando com você aqui, corre risco dele ficar sem uma mãe que nem ele ficou sem um pai

Ret: faz o que tu achar melhor. Não vou correr dos meu b.o, arrumei e vou consertar. Agora depende só de você, tô aqui disposto a me virar em quantos for preciso só pra ter você do meu lado porque eu te amo porra, já falei