•012•

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Me encosto no carro que o terro chegou aqui e acendo o baseado entre meus dedos.

Terro: foram olhar as últimas casas da rua de trás - ele para do meu lado com o radinho ligado na frequência dos vapor - acharam alguma coisa? - olho pra frente levando o cigarro até a boca, puxo sentindo a fumaça aquecer meu pulmão e solto levantando a cabeça pra cima - alguém na escuta? Responde porra

Ret: deixa eles - seus olhos verdes vem pra mim, volto a olhar pro muro da casa na minha frente. Todas as casas dessa rua foram revistadas e estão limpas fazendo todo mundo achar que eu tô ficando maluco, mas nada tira da minha cabeça que eles estão aqui ainda, só saio quando achar eles e provar que estou certo.

Terro: não acha isso perca de tempo não patrão? sei lá....- fala arrumando o boné na cabeça - acho que nós podia tá fazendo outra coisa pra achar os cara

Ret: eles estão aqui, terro - ele da de ombros olhando os próprios pés - se quiser fazer do teu jeito arruma um comando pra tu, não se mete no meu

Terro: foi mal aí  - cruzo os braços ficando em silêncio. Esses fodidos vão parar na minha mão ainda hoje. Quase meia noite e já teve morador gritando com bandido, casa sendo revirada, reclamação no meu ouvido e os caralho, mandei todo mundo toma no cú, se tiver acobertando filho da puta vão levar porrada igual eles - repete! - um chiado soa junto com as vozes no radinho - acharam?

- é porra! Pegamos os dois - rio de lado pro terro que olha pra mim surpreso - avisa o patrão...

Terro: valeu tamo indo...- ele desliga colocando na cintura, me olha franzindo a testa e abre mais os olhos - como tu sabia?

Ret: tenho tempo pra ficar te dando aula não, bora logo - tiro a chave da moto do bolso e jogo pro vapor do outro lado da rua - leva pra minha casa - ele afirma passando o fuzil pra trás - abre o carro terro, lerdo pra caralho - terro pisca rápido tirando a chave do bolso e abre o carro, jogo o baseado no chão sopro o resto da fumaça e entro saindo dali com ele.

A gente entra com o carro na rua e lá no final tem a movimentação de vapor com arma, de uma casa sai dois carregando um cara e atrás sai mais dois carregando o outro. 

Terro: foguete ali - olho na direção do portão onde o Daniel sai apontando o fuzil pros dois caras que foram jogados no chão no meio da rodinha que se formou de muleque.

O carro para do outro lado da rua e eu desço batendo a porta, todos me olham e eu dou a volta na frente do veículo indo pra perto deles. A roda abre pra eu conseguir vê os dois jogados no chão cuspindo sangue.

Ret: quem mandou vocês? - cruzo os braços encarando o cara com a blusa rasgada e uma tatuagem de diamante em baixo do olho castanho - eu tô sem paciência, então melhor falar logo - ele engole a seco fechando os olhos - trabalha pra quem?

- pra ninguém - rio falso. Respiro fundo olhando ao meu redor antes de agachar ficando mais próximo dele, pego no cabelo azul dê sua cabeça e puxo inclinando ela pra trás, ele abre o olho resmungando de dor - não me mata

Ret: e tu acha que você tem direito de ficar vivo? Tu tem noção de que mato três dos meus? Tem porra - ele afirma levando a mão até meu pulso - não encosta - bato na mão dele - se não me falar eu te mato aqui mesmo - o outro grita assim que o foguete da um chute nele que cai outra vez - tá tentando fugir filho da puta - solto o arrombado e me aproximo do outro - tá querendo ir pra onde?

Amante Do Perigo ²- Filipe Ret Where stories live. Discover now