CAPÍTULO 1

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Elizabeth

 Não estava sentido meus dedos, depois de um longo dia de trabalho era isso que eu ganhava, dedos dormentes e inchados.

 Eu amava o meu trabalho, amava a minha clínica veterinária que consegui construir com muito esforço e anos de trabalho duro, o único lado ruim era trabalhar 12 horas seguidas as vezes sem direito a pousas, já que apenas eu e Karina estávamos trabalhando nesses últimos dias, Vivian estava de licença maternidade e só voltava daqui a três semanas, estamos em Boston, um paraíso da Nova Inglaterra que era recheada de pessoas que amavam ter bichos de estimação para não se sentirem sozinhas, para voltarem para casa e ter alguém te esperando, mesmo que seja um coelho ou uma gato. Falo por experiência própria, isso sustenta o meu emprego e não tenho nada do que reclamar.

 Depois de fechar tudo, eu só queria ir para casa, tomar um banho bem demorado, deitar na minha cama e assistir episódios de Morden Family até cair no sono, era um plano perfeito, mas prometi a Alice que iria ao apartamento dela para uma noite das garotas, que duraria meia hora até ficarmos completamente bêbadas e dormimos no sofá.

 Fui em direção ao meu Renault Kwid branco que estava estacionado do outro lado da rua, não havia mais nenhum outro carro só o meu, o que era uma coisa boa, assim não corria o risco de bater no carro de ninguém.

 Entrei e liguei o aquecedor, o frio já estava chegando, eu deveria me mudar antes que isso acontecesse, tinha dias que nevava tanto que o trânsito ficava uma loucura e isso não facilitava para mim, minha casa ficava do outro lado da cidade, comprei um pequeno apartamento duas quadras da clínica, só não me mudei ainda porque não tive tempo.

 Ao colocar tudo no lugar e pôr o cinto de segurança estava preste a dar partida no carro quando meu celular tocou.

O nome — Kit Kat — estava grifado na tela.

Droga.

Ignorei as ligações dela o dia inteiro, se não atendesse o telefone ela saberia que tinha algo errado, o que levaria a ligações da minha mãe e do meu irmão também, eu amava a Kat, mas ela deveria aprender a manter a boca fechada as vezes.

— Alô. — Não sei o porquê afinei a voz.

— Estava dormindo? Eu te acordei?

— Não, acabei de sair do trabalho.

— Devia descansar um pouco sabia, aposto que seu rosto está idêntico ao de um panda e seu cabelo não vê um shampoo faz três dias.

Eu não estava tão ruim assim, tinha lavado o cabelo essa manhã depois de três dias e minhas olheiras tinham diminuído. Eu estava ótima.

— Tenho que te contar algo. — Ela parecia animada.

Minha pulsação acelerou.

— Aí meu Deus, você está grávida.

— O que? Não!

Suspirei em alívio

— Por que diabos pensou que estou grávida?

Quis dizer a ela que quando River descobriu que a sua namorada estava grávida dos gêmeos, ele me ligou em uma noite similar a essa como a mesma frase 'Tenho que te contar algo', eu não podia revelar isso a ela, ela sempre se gabou que foi a primeira a saber da gravidez e que tinha o direito de ser a madrinha do bebê, nossa sorte foi que eram dois bebê, provavelmente a terceira guerra mundial teria sido travada entre mim e a minha irmã para decidir quem seria a madrinha.

— O que queria que eu pensasse, talvez você e Enzo tenham decidido não esperar até o casamento. — Brinco.

— Engraçadinha, não é nada disso. Enzo não é assim.

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