CAPÍTULO 34

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Elizabeth

Depois de ficar bastante tempo deitada, resolvi me levantar. Os dias estavam passando rápido demais, o mais temido dia de finalmente revelar a verdade para ele estava chegando, me toquei disso quando presenciei a cena com os gêmeos.

Consegui dormir um pouco, mas nem em meus sonhos havia escapatória, acordei ofegante com o coração batendo descompensado no peito, tinha lágrimas em meus olhos. Era como se não tivesse fuga, sonhei com aquele dia horrível, o dia que tudo mudou para mim e a culpa que carrego corrói minha alma aos poucos. Até que um dia não sobrará nada para destruir.

Passei os dedos entre os fios do meu cabelo tentando desembaraçá-lo e me deixar apresentável de novo. Me olhei no espelho que ficava próximo a porta antes de me levantar, meus olhos, nariz e até as sobrancelhas ficavam vermelhados quando chorava, geralmente levava um pouco de tempo para voltar ao normal.

Quando estava preste a me levantar ouvi o som do meu celular. O coitado estava jogado entre a montanha de travesseiros espelhados sobre o colchão. A tela piscava e o nome de Alice chamava atenção.

Merda, agora não. Se a ignorasse ela continuaria ligando, era um dos traços fortes da sua personalidade, a persistência.

Com o telefone em mãos, abri um enorme sorriso de mostrar os dentes antes de atender a videochamada.

— Oi. — Disse ao olhar para o rosto da minha amiga pela primeira vez em dias.

— Imaginei uma declaração melhor, não está morrendo de saudades de mim? — Soou dramática.

— Claro que estou. — Não era mentira, sentia falta da minha amiga e de nossas conversas. — Tá tudo bem aí?

Percebi quem não estava em sua casa, parecia um estúdio ou algo parecido, talvez um camarim já que tinha vários produtos de maquiagem em uma enorme prateleira atrás dela, uma moça estava trançando o cabelo dela para trás já que a mesma estava toda produzida com uma maquiagem forte que marcava seus lindos olhos castanhos, consegui ver umas três pessoas diferentes passando ao redor com equipados de filmagem.

— Era eu quem deveria estar perguntando isso a você. Fiquei tão ocupada com as filmagens esses últimos dias que não tive tempo para ligar para você. — Ela deu um suspiro, era óbvio que estava cansada. — Só preciso de férias e relaxar um pouco.

— Posso te recomendar isso. — Brinquei.

— Claro que pode. — Ela sorriu. — Então, como está a situação com ele, estão conseguindo fingir bem?

Prendi a respiração. Queria dizer que estamos fingimos muito mais do que bem, quer dizer, em algumas situações não precisávamos fingir e sem contar do nosso mais recente acordo. Se contasse isso para ela, Alice surtaria em todos os níveis possíveis, dei carta branca para isso uns meses atrás.

Por isso resolvi mentir.

— Claro, não está sendo tão difícil quanto pensava quem seria.

Minha amiga me encarou. Eu era péssima mentirosa e Alice sabia disso, minhas expressões e a vermelhidão no meu rosto entregava isso.

— Tem certeza disso? — Ela estava desconfiada e tinha razão para isso.

— Tenho. — Menti

Ela apertou os lábios me encarando profundamente, para que ia atravessar a tela do celular.

— Não transou com ele, não é?

Ainda não...

— Não. — Pelo menos disso não menti. — Pode ficar tranquila.

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