CAPÍTULO 33

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Jack


Limpei o sua da minha testa com as costas da mão. Suava mais do que o normal trabalhando aqui, esse país é tão quente. Mama gritaria comigo se pudesse ler meus pensamentos agora, consigo até imaginar o que ela diria — Como pode ser cansar tão fácil? Você tem sague cubano, foi feito para isso. — E o resto seria dito em espanhol coma palavras que não compreendo. Sinto falta dela, quando voltarmos, quero levá-la para almoçar durante uma semana em restaurantes com a culinária cubana. Ela reclamaria por horas se encontrasse algo feito diferente do tradicional, mas não me importo, sei que no fundo ela estaria feliz.

Por mais que tenha dito a Liz que pararia de tirar a camisa, não consigo. Ela está grudando em minha pele como uma segunda camada protetora, arranquei a camisa do meu corpo e depois a joguei sobre uma enorme tora de madeira.

— Quer parar por hoje? — Perguntou Enzo tão cansado quanto eu.

— Acho que sim, estamos bem adiantados.

O altar estava quase pronto, era grande o suficiente para caber até 20 pessoas.

— Juro, deveria ter pago para fazerem isso, mas deixei Kat me convencer a construir com minhas próprias mãos.

Dei pequenos tapas no seu ombro.

— Vai valer a pena, mas é cansativo pra caralho.

— Pode apostar nisso. — Passou os dedos entre o cabelo malhando de suor.

— Ei, moças. — De longe River assobiou para nós dois. — Vão querer uma geladinha?

O sorriso de Enzo quase não cabia na boca quando percebeu o que era. River entrou uma cerveja gelada de garfara para cada um. Por uma questão de exemplo, evitamos beber na frente das crianças, mas isso não nos impedia de fazer quando elas não estavam por perto.

— Acabamos por hoje? — Perguntou e aceno com a cabeça confirmando.

Levei a garrafa os lábios tomando um bom gole, sentindo o liquido gelado e amargo descer pela minha garganta quente. A sensação era refrescante.

— Com todo respeito Enzo, mas a minha irmã é maluca. Ainda mais que ela quer nos levar montanha a cima amanhã.

— Como assim? — Perguntei confuso.

— Ninguém te disse nada?

— Não.

— Vamos acampar amanhã no topo da montanha.

Por reflexo, olhei para a única montanha que desparecia no horizonte do enorme lago. Tinha uns cinco quilômetros de distancia daqui, nunca acampei antes, era uma experiência nova e talvez fosse algo bom, não iria me queixar. Se a minha Liz quiser fazer, iria com ela, simples assim.

Algo me chamou atenção quando ouvi o que parecia ser o som de algum telefone tocando.

Enzo se levantou rapidamente do gramado aonde estava sentado, ele levou as mãos nos vários bolsos da calça até achar o celular.

— É o Dustin, preciso atender.

E com isso ele se afastou para ter privacidade.

O idiota do Dustin, já tinha esquecido sua triste e desagradável existência, não o vi em nenhum dos dias do festival e agradecia por isso.

Tomei mais um gole da minha cerveja, já familiarizado com o gosto.

— Então. — River veio para o meu lado. — Onde está a minha outra irmã? a que é casada com você. Não a vi o dia inteiro.

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