CAPÍTULO 36

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Elizabeth


 Encarei sua face adormecida, tão calmo e sereno como se estivesse em paz ali comigo, sua barba começou a crescer novamente, os pelinhos castanhos ralos bem à mostra. Seu cabelo cacheado caído sobre a testa, seu braço direito estava flexionado sendo usado de travesseiro por ele. Ele é tão lindo até mesmo dormindo.

 Passei o indicador sobre seu maxilar marcado sentido os pelinhos ralos pinicando minha pele. Sorri, ele se mexeu na cama, mas não abriu os olhos. Era ao menos estranho pesar em como chegamos a esse momento, ele deitado ao meu lado assim como antigamente.

Continuei trilhando seu rosto com o meu dedo que agora estava próximo a sua boca, certamente seria errado se o beijasse agora com ele desacordado, mas eu queria sentir a maciez dos seus lábios nos meus, me afogar em seus beijos até perder a consciência sobre tudo ao meu redor. Mas era melhor me afastar antes que fizesse algo errado.

 Tirei a mão de perto do seu rosto e quando fiz questão de me afastar senti sua mão se enrolar ao redor do me pulso me puxando de volta.

— Mas o qu...?

— Por que parou?

Aquele olhos se abriram e suas íris cor de âmbar me encaram profundamente que quase fiquei com falta de ar.

— Você estava acordado esse tempo todo? — Senti minha bochechas esquentarem por ter sido pega naquela situação.

Ele sorriu, um sorriso presunçoso digno de arrancar suspiros.

— Tenho sono leve.

— E por que não me disse nada? — Tentei soltar meu pulso de sua mão, mas seu aperto se intensificou ainda mais me puxando para perto do seu corpo e envolveu um braço ao meu redor.

— Estava tão concentrada, não queria atrapalhá-la.

— Mas mesmo assim. — Tentei novamente me soltar, sem sucesso. — Deveria ter dito alguma coisa.

— Como eu disse. — Me assustei quando ele nos virou ficando sobre mim, apoiado sobre um dos cotovelos para não me esmagar com seu peso. — Não queria te atrapalhar, afinal você estava me admirando.

— Não estava admirando você. — Menti.

Senti sua respiração no meu pescoço, minhas mãos paradas ao lado do meu corpo demorando para responder o que estava acontecendo. 

— Ah, não? — Suas mãos foram para a minha cintura apertando com força a minha carne.

— N-não.  — Não saberia dizer o que entregou a minha mentira, talvez o fato de gaguejar ou pelos suspiros pesados que escapavam de minha garganta ou ambos, mas senti seu sorriso sobre minha pele.

— Tão cheirosa, tão macia. — Senti seus dentes arranharam de leve o meu ombro. — Tão linda.

Não que eu duvidasse de suas palavras, mas a forma como dizia, era como seu eu fosse a mulher mais linda do mundo perante os seus olhos, mas não era bem assim. Aprendi com o tempo que eu era bonita da minha forma, mas não da forma como todos achavam.

— Eu estou... — Eu ia dizer um pouco acima do meu peso, mas ele me impediu.

— Gostosa? — Beijou aquele pequeno ponto entre o meu pescoço e ombro me causando um arrepio. — Deliciosa.

Esqueci da minha resposta quando suas começaram a vagar pelo meu corpo. Por um impulso na noite anterior apenas para dormir confortavelmente, troquei o meu pijama por uma blusa rosa larga e uma calcinha de renda branca, era uma boa combinação quando você não usava mais nada.

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