CAPÍTULO 46

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Alice


  A vista é maravilhosa, a natureza realmente tem um jeito diferente de nos encantar com sua beleza. Esse lugar é surreal e tenho me questionando até agora o motivo de Liz nunca ter me trago aqui. Até o nascer do sol é diferente. O laranja se parece mais com um vermelho vivo que surge sobre as árvores, a brisa que mais parece uma melodia, o vento que balança os meus cabelos me traz uma sensação de paz inexplicável. Seguro a xícara em minhas mãos, o café tem um gosto diferente também, delicioso.

 Daqui alguns anos comprarei uma casa assim, nada melhor do que passar o resto da minha vida em um lugar assim, apenas com popy, o meu gato manhoso. Abro um sorriso com a expectativa, Alice King finalmente teria os seus dias de paz e ficaria longe dos holofotes após a sua aposentadoria.

 Deposito a xícara sobre a pequena mesinha da varanda. Essa casa é tão incrível e grande, acho que todos os quartos tem uma varanda assim, só que tirei a sorte grande de ter a vista da frente da casa e para o lago que brilhava com a luz do amanhecer.

 Fiquei tão concentrada na paisagem que me assustei quando meu celular tocou.

— Jesus. — Levo a mão ao coração o sentindo acelerado depois do susto, volto novamente para o quarto e pego o celular em cima da cama.

'Número desconhecido', que estranho. Geralmente Pike bloqueia esse tipo de coisa.

— Alô. — Atendo, vai que algum conhecido perdeu o celular ou talvez em tenha passado o meu número para um dos gostosos da festa de ontem, por favor seja a segunda opção.

— Acordei você? — Era a voz de uma mulher.

— Perdão, quem fala? 

— Nem faz tanto tempo assim e já esqueceu como é a minha voz.

Reconheci imediatamente pelo sarcasmo na voz.

— Sua cadela, onde você tá? Era para você ter chegado ontem!

Ouvi Lili suspirar.

— Eu sei, mas tive uns probleminhas.

— Um desses probleminhas me envolve matando você? Porque querida, eu vou te matar.

Isso me dava raiva, depois que descobri sua aventura do momento e a confrontei sobre, ela fugiu como uma covarde e me ignorou completamente. 

— É sério. Eu.... — A ligação começou a falhar, e cortou sua fala. — Merda, a conexão daqui é péssima.

— Onde você está? — Era estranho, ela não me ligou de seu telefone.

Ela suspirou de novo e podia jurar que a ouvir contar até três baixinho.

— Tailândia.

Fechei os olhos e respirei fundo contando até três como a minha amiga fez.

— Me diga que não é a Tailândia que estou pensando. — Apertei a minha mão livre, queria tanto bater nela e fazer o mínimo de juízo possível entrar naquela cabeça loira.  

— Sinto muito.

— Merda Lili — Voltei para a varanda, precisava de ar fresco para aclamar os meus nervos, que estava a ponto de estourar. — Você prometeu.

— Eu sei, eu sei. Mas não tive escolha...

— Não teve escolha? Jura? — Abaixei o tom de voz quando percebi que estava gritando — Se isso tem a ver  com aquela menina...

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