CAPÍTULO 37

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Elizabeth 


Dois dias, como em dois dias eu já não estava aguentando mais. Ninguém na verdade, essa semana já era estressante por si só por causa dos preparativos, mas com toda a família reunida tudo tinha se tornado um.

— Azul não é a cor ideal, Kat. — Minha mãe disse andando de um lado para o outro na varanda da casa. — Rosa combinaria mais.

Katherine suspirou claramente sem paciência como eu com toda aquela situação.

— Mãe eu gosto de azul e essa cor favorece as minhas madrinhas.

— Não favorece a sua irmã. — Tia Eloisa apontou, algo que nem me importei em responder. — Com todo respeito, mas é verdade.

Queria cavar um buraco no chão e me enterrar agora mesmo.

— A questão é... — Minha mãe voltou a falar. — Por que a decoração vai ser em estilo vitoriano? Isso não combina com vocês meu amor.

— Mãe por favor, para. Só para. — Kat aperou os lábios para não dizer mais nada.

— Só estou dizendo que se tivesse me deixando ajudar, poderíamos tem feito algo... Algo mais grandioso.

— É o casamento dela, mãe. — Resolvi intervi antes que Kat perdesse total o resto de paciência com todas aquelas mulheres enchendo sua cabeça de ideias sobre o seu casamento. — Ela pode fazer o que quiser.

— Concordo. — minha prima Camille disse sentada ao meu lado. — Tenho certeza que será muito bonito.

Kat sorriu para ela em agradecimento.

— Mas mesmo assim. — Eloise começou. — Luzes amarelas e altar de madeira com tulipas não combinam, isso é coisa do século passado.

Céus. Agora me lembrei porque a minha mãe sempre perdia a calma com a irmã. Quem em sã consciência fala isso para a noiva dias antes de seu casamento? 

— Querida, podemos tentar mudar algumas coisa e depois... — A fala da minha mãe foi interrompida quando Kat se levantou brutalmente do banco.

— Esse é o meu casamento! Minhas escolhas! Já decidi tudo e tudo está perfeito como eu e o meu noivo queremos. Não vão mudar absolutamente nada, se não gostarem podem ir embora.

Todos menos eu escaram chocadas a minha irmã que entrou na casa batendo a porta atrás de sim. Fiz de tudo para esconder o sorriso, mas foi inevitável. Desde que chegaram a minha mãe e tia estão perturbando Kat sobre seu casamento, querendo sempre mudar algo que para elas "Não estava bom o suficiente", sabia que uma hora Kat iria surtar com isso tudo, só não esperava que fosse levar tanto tempo.

— Eu vou falar com ela. — Levantei a tempo de impedir a minha mãe de seguir Kat.

— Eu não queria que ela ficasse chateada, só queria ajudar.

— Eu sei mãe. — Queria completar dizendo que foi uma péssima maneira de tentar ajudar, porém me contive.

 Dando graças a Deus por finalmente sair dali, fui atrás de Kat. A minha avó e a esposa do meu tio também estavam participando da conversa, mas quase não falavam nada. Eu conseguia sentir uma sensação estranha e não conversei direito com a minha vó desde sua chegada. Jack me contou que ela fez um pequeno interrogatório para ele, perguntou se o nosso casamento andava bem e se eu não estava sendo estranha com ele.

 Não pude deixar de ficar irritada quando ele me contou isso, ela deveria ter perguntado para mim ou não confiava na minha palavra. Como resposta, Jack garantiu a ela que estávamos melhores do que nunca e que ainda amávamos um ao outro como sempre. Como eu queria estar lá para ver sua reação, mas sei que aquilo no era o bastante, a minha avó andava desconfiada sobre mim e ela não se daria por satisfeita até descobrir o que ela tanto deseja.

Subi para o segundo andar da casa. Assim quando criança, Kat tinha uma capacidade de se esconder em um certo lugar quando estava chateada. Lembro que uma vez levamos mais de 3 horas para encontrá-la.

Abri aporta velha do sótão e subi a antiga escada de madeira que fazia um certo barulho a cada degrau que eu subia. Aqui era tão sufocante, não havia ventilação aqui em cima o que torna esse lugar quente, sem contar a poeira das coisas antigas e velhas que tinha aqui. Era quase inabitável, tenho certeza de que quem passasse mais de quarto horas aqui morreria em menos de segundos.

Puxei a cordinha ao lado da lâmpada que acendeu. O que esse cômodo tinha de sufocante tinha de escuro, de dia não era tão escuro assim, mas o monte de caixas bloqueava a luz que atravessava a pequena janela de vidro.

Encontrei Kat sentada em uma canto com a cabeça deitada sobre seus joelhos flexionados.

— Você poderia morrer aqui dentro, sabia? — Perguntei me abaixando para ficar da sua altura.

— Eu sei. — Ela fungou. — Mas não queria ver ninguém nesse momento.

Afaguei seus cabelos. Ela não levantou o rosto para me encarar.

— Nunca tinha gritado com ela assim.

— Eu sei.

— Mas ela adora controlar tudo, eu estou com os nervos a flor da pele. Por isso gritei com ela.

— Não se sinta mal. Eu teria feito a mesma coisa. É o seu casamento Kat, não ligue para o que elas falam.

Ela levantou o rosto para me encaram. Seus olhos e nariz vermelhos e as bochechas molhadas por causa das lágrimas.

— Tem razão, mas eu não gosto de gritar coma mamãe. Me sinto culpada.

Levei uma mexa dos seu cabelo para atrás da orelha.

— Se ajuda a se sentir melhor, elas vão te deixar em paz.

Kat sorriu meio triste.

— Isso ajuda um pouco, já não aguentava mais.

— Ninguém aguentava. Ainda bem que elas não sabem sobre a festa de noivado ainda.

Kat e Enzo não tiveram uma festa de noivado oficial, eles aproveitaram a oportunidade e faram uma festa de noivado na quinta, dois dias antes do casamento no sábado. A família não sabe disso ainda, era meio que "surpresa", para evitar dor de cabeça como essa.

— Acho que ai sim eu surtaria de vez. — Falou em um tom brincalham.

— Não queremos ver isso. Mas vai ficar tudo bem, só temos que aguentar tudo por mais cinco dias.

Isso me lembrava que Jack e eu tínhamos só mais isso de tempo para depois voltar para a nossa realidade. Afastei a tristeza, não precisava dela naquele momento.

— Obrigada, Liz.

Continua...


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