CAPÍTULO 32

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Elizabeth

Era como voltar no tempo, era uma sensação tão boa e estranha ao mesmo tempo. Não sei, me senti realmente feliz pela primeira vez em meses, mesmo depois de tudo o que aconteceu.

Tão cômico como as coisas podem mudar de uma hora para outra, nos dois dias seguidos do festival Jack e eu nos divertimos, parecia que os motivos que nos levaram a esta naquele local fossem outros, como se ainda fossemos um casal apaixonado, o que era verdade, pelo menos da minha parte.

No segundo dia Kat me arrastou para a dança de amaçar uvas com o pé, uma tradição milenar para comemoração da farta colheita do ano.

O grupo de homens tocando didjeridu, enquanto várias pessoas batiam palmas e gritavam aos quatro ventos. Junto com outras mulheres minha irmã e eu dançamos ao som daquela tradição, rimos felizes. Mas eu podia sentir seu olhar nas minhas costas, perfurando meus ossos, me causando arrepios de queimar a pele, quando olhei para ele. Seu sorriso era a forma de disfarçar aquilo que estava escondido em seus olhos. Desejo.

Por um momento sentir que era a única ali sozinha com ele, seus olhos me comendo viva lentamente. Era fascinante a energia que conectava nossos corpos a metros de distância. Eu também o queria, estava explicito aquilo, a chama do fogo entre nós estava crescendo a cada dia que se passava.

Não me importei em dançar até os meus pés reclamarem de cansaço. Porque me sentia bonita e desejada, não por qualquer homem e sim pelo único homem que amei verdadeiramente em todo a minha vida. Ele também não se importou em fica lá, me olhando, me admirando como seu eu fosse a mulher mais hipnotizante de toda a Terra.

O queria desesperadamente, fiquei excitada com toda aquela situação. Não me importaria em o levar para casa antes do horário previsto apenas para tê-lo. Quando disse isso a ele, Jack gargalhou. Ele simplesmente gargalhou.

— Já te disse bunny, só vou te devorar quando estiver necessitada por isso, quando me implorar para comer a sua boceta. — Ele beijou de leve os meus lábios. — Só assim darei tudo o que você quer.

O que me fez ficar um pouco chateado. O queria, ele me queria. Para começo de conversa, ele me propôs o nosso acordo, não sei o porquê está sendo tão calmo. Jack nunca foi assim, calma não era uma das palavras presentes em seu vocabulário.

E para o meu desespero ele realmente não fez nada. Todo aquele desejo que sentimos pareceu ter sido evaporado quando finalmente chegamos em casa. Jack apenas deu um beijo na minha testa antes de ir para o banheiro tomar banho, ele só saiu de lá quando eu já estava pronta para dormir. Me desejou boa noite e assim se encerrou o nosso dia.

Talvez estivesse frustrada sexualmente. Não fazíamos nada desde o dia do chuveiro, ele mantinha suas mãos longe e afastava as minhas quando eu tentava alguma coisa.

Acordei essa manhã ele não estava na cama.

Agora estou sentada no sótão encarando as milhares de caixas empoeiradas que tem aqui. Parecia que não circulava nem uma ventilação de ar nesse cômodo fechado e estreito, era quase sufocante.

Olhei para as cartas em minhas mãos, antes de descer para o café da manhã resolvi vir para cá. Não sei, queria reler algumas cartas do 'CJ', não levei nenhuma comigo quando fui embora, só queria relembrar algumas coisas antes de me esquecer novamente.

Escolhi o envelope branco que diferente dos outros estava meio amassado, como se alguém o estivesse feito uma bolhinha com ele antes de esticar novamente, tentando fazer que ficasse igual anteriormente. Foi a última carta, depois disso nunca mais ouvi falar dele.

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