CAPÍTULO 13

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Jack 


 Começo a cortar a cebola enquanto espero a água na panela esquentar. Inicio o corte da cebola pela diagonal assim como mama me ensinou quando criança, assim com ela toda picada, jogo tudo dentro na pequena tigela de vidro junto com o alho e pimentão igualmente picados. Vou até a pequena dispensa que fica escondida atrás da geladeira e pego o queijo de leite de cabra que fiz essa manhã especialmente para esse prato, voltando logo em seguida para onde eu estava.

— Cara, juro por Deus, eu me casaria com você apenas para poder comer a sua comida todo dia. — O idiota do Aiden diz entrando na minha cozinha logo após sair para comprar um vinho. — Consigo sentir o cheiro lá de fora.

Concentrado no que estou fazendo, não o respondo e pego com todo cuidado a massa de ravioli fresca que fiz, colocando tudo na água que tinha acabado de levantar fervura. Passo minha atenção ao molho de tomate que ainda está cozinhado no fogo baixo...

— Isso faria qualquer mulher ficar louca, sabia? — Se sentou em um dos banquinhos perto da bancada, que eu estava usando para fazer o nosso jantar. — Um homem que sabe fazer qualquer coisa na cozinha, elas fariam a fila no quarteirão se soubessem.

Não olhei para ele quando respondi:

— Isso é o básico que qualquer ser humano deveria saber. — Peguei outra panela que serviria para fazer a mistura dos ingredientes. — Além do mais, não estou interessado que nenhuma mulher sabia sobre isso, a que me interessa já sabe sobre as minhas habilidades culinárias.

Me lembrei vagarosamente quando Liz tentou fazer um café da manhã especial para o nosso primeiro ano de casamento e acabou queimando três vasilhas de plásticos, uma cartela de ovo e cinco panos de prato. Resultado, nunca mais a deixei chegar perto do fogão novamente, ao menos que eu estivesse presente para ajudá-la.

— Sinceramente, pelo jeito que fala dela. Acho que você viveu em castidade até encontrar essa mulher. — Soltou uma gargalhada baixa.

Olhei para ele apenas por um segundo antes de voltar a fazer o que estava fazendo.

— Não acredito. — Suspirei. — Você ficou? Está falando sério?

Poderia o jogar pela janela da cozinha, acho que não tem problemas alguma. Ninguém vai notar mesmo, está escuro lá fora.

— Está me dizendo que não transou com ninguém, até ficar com Elizabeth?

— Eu não disse nada.

— Mas também não negou. — Rebateu.

A ideia de o jogar para fora da minha casa está prevalecendo com força na minha mente.

Ele queria que admitisse que estava ocupado demais com a minha vida de merda para pensar em garotas quando era mais jovem? Quando conheci Elizabeth pessoalmente, eu tinha apenas 18 anos e tinha acabado de entrar na faculdade e antes de saber quem ela era, simplesmente me apaixonei. Quando a vi pela primeira vez, foi como se o mundo todo tivesse parado, como se a minha visão estivesse limitada somente a ela, o jeito que ela sorria e como suas bochechas ficavam rosadas apenas com esse simples ato, era coisa mais deslumbrante que já tinha visto em toda minha vida.

Não sou um tolo romântico que acredita em amor à primeira vista nem nada do tipo. Só não sei bem explicar o que houve comigo quando a vi sentada naquele banco, soube de imediato que meu coração era dela. Um louco afirmaria isso, mas era a verdade.

— Deveria calar a boca antes que o coloque para fora. — Com o ravioli já misturado com o molho, comecei a pôr em dois prantos separado ralando o queijo em apenas um deles.

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