CAPÍTULO 52

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Elizabeth


 Acordei com a forte luz do sol que entrou pela janela, uma grande surpresa no final do outono.  Acabei adormecendo no sofá noite passada, algo que me renderia dor nas costas pelo restante do dia.

 Me levantei esticando os músculos a fim de aliviar o desconforto. Precisava de uma forte xícara de café para iniciar o dia, ainda que hoje fosse sábado e eu não precisava ir trabalhar, tinha que ir ao mercado comprar mais suprimentos.

 Enquanto a cafeteira preparava o café, fui tomar um banho. Meus olhos ainda estavam vermelhos devido as lágrimas de noite anterior, não podia viver chorando para sempre, por mais que estivesse deprimida minha vida ainda continuava.

 Estava pensando em fazer uma reforma na clínica e queria me concentrar nisso.

Uma boa tentativa para ignorar o sentimentos que vagavam sem rumo dentro de mim.

 Quando terminei de me vestir após o banho, a campainha tocou.

 Estranho, não estava esperando ninguém e o porteiro na ligou avisando que alguém estava subindo. Devia ser Alice ou Lili, as duas tem vindo aqui frequentemente desde que voltei, seja que fosse estava bem impaciente porque a campainha não parava de tocar.

— Já vai! — Gritei para a pessoa parar com aquele barulho irritante.

Passei a mão nos fios meus cabelos ainda úmido, tentando ajeitar.

Me apressei para chegar a sala, não olhei no olho mágico ao abrir a porta, só poderia ser uma das meninas.

Não era.

O choque e a surpresa não passou despercebido pelas feições em meu rosto.

— Oi, querida. — Ela sorriu com aqueles olhos brilhantes.

Demorei um tempo para responder e ela percebeu isso. 

— Oi, mãe.

Olhei para ela, ela sorria, aquele sorriso caloroso que tanto me faltou na infância, ela carregava com si uma mala de mão e nada mais.

Como ela sabia onde eu morava? Desde que me divorciei me mudei duas vezes e ninguém da minha família sabia o meu novo endereço.

— Vai me deixar entrar ou me deixar aqui fora?

Sua pergunta me pegou de surpresa ao perceber que estávamos paradas ao mais tempo do que necessário na porta do meu apartamento.

Dei espaço para que ela pudesse passar antes de fechar a porta. Ela retirou seu casaco o colocando no cabideiro ao lado da porta, seu cheiro logo preencheu o espaço perdendo apenas para o cheiro de café, o que me fez lembrar que já estava pronto. Passei por ela vendo quando a mesma colocou sua mala no meu sofá.

— Gostaria de um pouco de café? — Perguntei pegando duas xícaras no armário sabendo que sua resposta seria sim.

— Claro, sem açúcar. 

 Preparei o meu café e o dela, a cozinha e a sala eram juntas por causa do apartamento pequeno, pelo canto do olho pude ver que ela observava abertamente cada detalhe da minha casa.

 Minhas mãos começaram a suar, o que explicava o meu nervosismo já que estava um pouco frio aqui dentro. Eu fui embora no dia seguinte ao casamento da minha irmã, me despedi rapidamente de todos, menos da minha mãe e da minha avó, elas saberiam que havia algo de errado comigo e eu não queria perguntas. 

 Com certeza foi o assunto do mês para a minha família, Jack tinha ido na noite anterior a minha partida repentina, meus irmãos sabiam que algo estava errado, mas eles não me perguntaram nada e agradeci imensamente por isso.

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