CAPÍTULO 15

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Elizabeth


 Abro meus olhos quando o bater de galhos me chamam atenção, a claridade do dia quase me cega quando olho através dos vidros. Levanto a cabeça inclinado um pouco para o lado tendo a visão de um belo homem ao volante, ele parece tão concentrado e bonito com aquela camisa branca que trocou assim que chegamos, não dava para ficar de suéter no verão de 32° graus. Passei a mão pelo rosto, tinha certeza que estava com os olhos inchados por não conseguir dormir quase nada durante as duas viagens de avião.

— Por quanto tempo eu dormi? — Pergunto.

Jack se vira brevemente para mim e abre um dos sorrisos mais lindos que já vi na minha vida antes de voltar completamente sua atenção para a estrada.

— Cerca de 20 minutos, mas já estamos chegamos.

Olhei pela janela do carro que estava com os vidros fechados, reconheci aquela estrada pela qual passei muitas vezes durante a infância. A pequena estrada cheia de eucalipto-limão para todo lado indicava que já estávamos chegando, o que me fez lembra algo.

— Por que não passou no hotel antes para deixar nossas coisas?

Dessa vez ele não se virou para mim e continuou focado na direção.

— Liguei para cada bendito hotel nessa cidade, não consegui reserva em nenhum. Parece que muita gente veio passar a temporada dos vinheiros de uva. — Deu de ombros sutilmente.

O meu cérebro demorou um pouco para processar aquilo, não tive tempo para nada nesses dias e pedi para ele reservar dois quartos restritamente separados em qualquer hotel ou pousada, assim como alugou um carro.

— O que!? — Se não estava acordada antes, agora estava totalmente. — Por que não me disse nada? Tentou as pousadas?

— Não te contei pelo simples motivo que você me evitou todo caminho até aqui e sim, tentei todas as pousadas.

Como a vida é maravilhosa, não é mesmo? Além de ficar com a minha família toda a minha estadia aqui, Jack e eu teríamos que fingir ser um casal feliz e saudável por 24h por três semanas.

Suspirei soltando o meu cabelo, parecia que o meu couro cabeludo iria derreter por causa do calor, mesmo com o ar do carro ligado parecia que a temperatura estava aumentando.

Respire Liz, respire, ninguém iria suspeitar de nada, tudo iria sair como o plano inicial, nada para se preocupar, só respire. — Fiquei repetindo isso para mim mesma pelos próximos cinco minutos, droga, por que diabos aquele lugar estava tão quente?

Inesperadamente senti uma enorme mão segurar a minha por cima da minha coxa que agora percebi estava tremendo.

— Inspire, Liz. Não prenda o ar todo dentro de você, isso faz o seu coração acelerar, sabia?

Fiz exatamente o que ele disse e aos poucos pude me sentir mais leve. Sua mão se apertou ainda mais contra a minha, colocando mais pressão na minha perna para que ela parasse de tremer.

— Continua tendo essas crises de ansiedade?

Foquei apenas na sua mão segurando a minha, meus dedos desapareceram entre os seus. Queria dizer para ele que elas ficaram mais frequentes alguns meses atrás, porém, não disse, algo dentro de mim impossibilitou isso.

— Não, só algumas poucas vezes, mas nada demais. — Menti.

— Claro.

Desde então o restante do percurso foi um completo silêncio, entretanto, era algo estranho sua mão ainda continuar segurando a minha e estranho eu permitir isso, não me afastei nem nada, na verdade gostei bastante de sentir o calor da sua pele contra minha, mesmo que fosse por pouco tempo.

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