Elizabeth
Abro meus olhos quando o bater de galhos me chamam atenção, a claridade do dia quase me cega quando olho através dos vidros. Levanto a cabeça inclinado um pouco para o lado tendo a visão de um belo homem ao volante, ele parece tão concentrado e bonito com aquela camisa branca que trocou assim que chegamos, não dava para ficar de suéter no verão de 32° graus. Passei a mão pelo rosto, tinha certeza que estava com os olhos inchados por não conseguir dormir quase nada durante as duas viagens de avião.
— Por quanto tempo eu dormi? — Pergunto.
Jack se vira brevemente para mim e abre um dos sorrisos mais lindos que já vi na minha vida antes de voltar completamente sua atenção para a estrada.
— Cerca de 20 minutos, mas já estamos chegamos.
Olhei pela janela do carro que estava com os vidros fechados, reconheci aquela estrada pela qual passei muitas vezes durante a infância. A pequena estrada cheia de eucalipto-limão para todo lado indicava que já estávamos chegando, o que me fez lembra algo.
— Por que não passou no hotel antes para deixar nossas coisas?
Dessa vez ele não se virou para mim e continuou focado na direção.
— Liguei para cada bendito hotel nessa cidade, não consegui reserva em nenhum. Parece que muita gente veio passar a temporada dos vinheiros de uva. — Deu de ombros sutilmente.
O meu cérebro demorou um pouco para processar aquilo, não tive tempo para nada nesses dias e pedi para ele reservar dois quartos restritamente separados em qualquer hotel ou pousada, assim como alugou um carro.
— O que!? — Se não estava acordada antes, agora estava totalmente. — Por que não me disse nada? Tentou as pousadas?
— Não te contei pelo simples motivo que você me evitou todo caminho até aqui e sim, tentei todas as pousadas.
Como a vida é maravilhosa, não é mesmo? Além de ficar com a minha família toda a minha estadia aqui, Jack e eu teríamos que fingir ser um casal feliz e saudável por 24h por três semanas.
Suspirei soltando o meu cabelo, parecia que o meu couro cabeludo iria derreter por causa do calor, mesmo com o ar do carro ligado parecia que a temperatura estava aumentando.
Respire Liz, respire, ninguém iria suspeitar de nada, tudo iria sair como o plano inicial, nada para se preocupar, só respire. — Fiquei repetindo isso para mim mesma pelos próximos cinco minutos, droga, por que diabos aquele lugar estava tão quente?
Inesperadamente senti uma enorme mão segurar a minha por cima da minha coxa que agora percebi estava tremendo.
— Inspire, Liz. Não prenda o ar todo dentro de você, isso faz o seu coração acelerar, sabia?
Fiz exatamente o que ele disse e aos poucos pude me sentir mais leve. Sua mão se apertou ainda mais contra a minha, colocando mais pressão na minha perna para que ela parasse de tremer.
— Continua tendo essas crises de ansiedade?
Foquei apenas na sua mão segurando a minha, meus dedos desapareceram entre os seus. Queria dizer para ele que elas ficaram mais frequentes alguns meses atrás, porém, não disse, algo dentro de mim impossibilitou isso.
— Não, só algumas poucas vezes, mas nada demais. — Menti.
— Claro.
Desde então o restante do percurso foi um completo silêncio, entretanto, era algo estranho sua mão ainda continuar segurando a minha e estranho eu permitir isso, não me afastei nem nada, na verdade gostei bastante de sentir o calor da sua pele contra minha, mesmo que fosse por pouco tempo.
DU LIEST GERADE
Todas as Formas
RomantikEu não sou um produto de minhas circunstâncias. Eu sou um produto de minhas decisões, algo que Elizabeth Braga sempre levou contigo, cada decisão e passo de sua vida era totalmente calculado, afinal não se chegava ao sucesso agindo por impulso. Era...