CAPÍTULO 22

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Elizabeth

- Este lugar está ensopado de coisas velhas.

Kat se abaixou para vascular outra caixa grade, a sétima desde que chegamos aqui. Após o fiasco do almoço de ontem, voltamos todos para a casa, sem Dustin - É claro. - O restante do dia passou como um borrão, era até estranho, porque Jack estava tão sorridente e feliz, felicidade que durou pouco assim que coloquei a pilha de travesseiros na cama para separar nossos lados igualmente, era engraçado ouvir ele resmungado feito uma criança, dava para notar que ele era contra essa ideia, não pude fazer absolutamente nada sobre, era isso ou dormir totalmente exposta a ele, correndo altos riscos de tentação.

Dessa vez quando acordei nessa manhã, os travesseiros ainda estavam em seu devido lugar, só Jack que não estava no quarto, ele não estava em nenhum lugar da casa na verdade. Kat me disse que Enzo o levou bem cedo para a cidade buscar as madeiras, uma coisa que me deixou sorrindo feito uma boba foi que ele havia feito meu café da manhã, mines bolinhos de banana e canela e uma das muitas garrafas de café que comprou para mim ontem.

Era tão injusto aquilo, ao mesmo tempo que ficava feliz também me sentia culpada, por mais que as vezes tenha aquela pose de durão e cara fechada, ele era atencioso e gentil, não tinha motivos para fazer aquilo para mim, não tinha mesmo. Não gostava daquela vozinha na minha mente dizendo 'Talvez ele esteja fazendo isso para parecer mais convincente, não acha'. Era uma merda, me sentir feliz, em dúvida, e culpada por não merecer nenhuma afeição sua, mesmo que fosse encenação.

- Olha o que eu achei!

Kat veio até mim com uma pequena caixa de madeira em mãos, uma caixa que estava esquecida na minha memoria até agora. Minha irmã queria procurar a tiara que a minha avó usou por baixo de véu no dia do seu casamento, Kat queria fazer uma pequena homenagem a ela usando a tiara também, o que nos levou ao sótão para procurar a joia guardada em algum lugar no meio de todas aquelas coisas.

- O papai te deu no seu aniversario de dez anos. - Me entregou a caixa retângula com linhas douradas e vermelhas desenhas por ela. - Você a carregava para todos os lados.

Um sorriso involuntário cobriu meus lábios, tinha certeza que meus olhos brilhavam olhando para aquela lembrança em minhas mãos. A caixa não tinha fecho, foi necessário apenas puxar a tampa para cima e ela abriu.

Outra lembrança especial, varias em formato de cartas estavam presentes ali dentro.

- Eu me lembro disso. - Kat pegou um dos envelopes amarelado. - Um dos seus segredinhos na adolescência. CJ. - Leu em voz alta aquelas duas iniciais.

'CJ', o garoto com quem troquei cartas quando tinha entre doze e dezoito anos. Por mais que fosse tanto tempo assim, nunca descobrir o nome dele, perguntei algumas vezes, mas ele ignorava e nunca respondia. Como a minha mãe ficou doente depois de toda a história envolvendo-a e o meu pai, a minha terapeuta recomendou escrever cartas para pessoas que tinham vivido a mesma situação que eu com algum familiar, ela me escreveu em um programa de apoio de pessoas ao redor do país, escrevi cartas para cinco pessoas diferentes, só tive a resposta de uma.

A resposta de um garoto que morava do outro lado do país e que tinha um pai alcoólatra que batia nele, na mãe e no irmãozinho menor. Aparentemente tínhamos a mesma idade, dedes que trocamos as primeiras cartas, elas sempre eram finalizadas com perguntas, era uma garantia de que teríamos respostas. E foi assim por seis anos.

- Vamos ver. - Kat abriu o envelope, tirando uma folha dobrada de lá de dentro.

Enquanto ela se ocupava lendo aquela carta, peguei outro envelope e o abri, automaticamente me recordando de como era a sensação de ler aquilo pela primeira vez.

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