Sóbrio Sombrio Amor

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Tu, ébrio
descansas nas distâncias
As mãos flancas, e nelas lanças
cansas as pernas tentando
alcançar-me, tensas flandas

Eu, sóbria
gestos retos
pés inteiros
não em pedaços,
andando tetos
em cima dos restos
que de mim deixei-te

Por intermédio do tempo
A clara crua ferida no vento
E tento
mas como sempre despenco
e torno a te machucar

Ves-lhe que fui falha
Desmoronando-te, criando valas
pendendo na mesma medida do que me calha
Escassas e lassas
são as minhas intenções
propícias ilícitas
são as minhas pretensões

Olhos frágeis, os teus
aos meus calos, não reagem
E voltas a mim outra vez, como água límpida, de face vívida

A lua nua chora
E repreende-me, sou crua,
dura
uma filha da rua, sua rua
faço constante e repito a mesma loucura,
nada pura

Os Versos de OutonoWhere stories live. Discover now