Pabila, em malaio
Quando, em português
Quando jogastes as cartas
No fundo escuro daquele balaio
Quando fizestes de mim teu freguês
Quando fizeste de mim teu lacaio
Quando ligastes-me a tarde, por volta das seis
Apenas para dizer-me como um velho papagaio
Que fomos nós os melhores,
os mais belos amantes
E atinges-me assim como um raio
E partes-me
Em variantes
Não, não somos os mesmos
Os mesmos de antes
somos mutantes
deixados de fora
E pra fora os anos passaram,
Inquietantes
e tudo é quando
Quando eras exuberante
Quando eu não passava de um
Ignorante
Quando tu, vinhas a mim
E lançava-me aquele olhar
altivo [arrogante]
E Quando eu, ias a tu
E entregava-lhe o mar
Cheio de estrelas
e todas brilhantes
E mesmo assim,
De mim
tu fazias, perdido imigrante
Desentendendo-me
E se
Não, é melhor não...
Resta-me o quando
Resta-me então o escândalo
Desaguando
Desaguando em águas mortas
e permaneço pensando
Aluando
E desta forma, não apenas brando
Sigo torto e ando
Lembrando
lembrando de quando
De quando estávamos juntos
E mesmo assim éramos
Distantes
Nunca fomos um
Nunca fomos um só
Mas ainda eras minha
E eu, sentias ainda que em meus braços te tinhas
Mas agora, nesta tarde de sábado
Em que vejo-te linda através da vinhas
Atravessando-as,
Como uma sorrateira fuinha
Percebo que minha nunca fostes
Que sempre fomos outros
Que sempre fomos outros
E outros fomos
E fomos outros
E outros fomos
E fomos outros
um pro outro
Apenas os outros
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Os Versos de Outono
PoetryAo rugir dos ventos vindos do norte borbulhei palavras que levadas pelas correntes de ar tornaram-se versos...