repouso e uma cena de contemplação

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Aconchego em teus braços achei
Pesos passados pra trás foram deixados
Brisa sofrida soprando devagarinho
a minha testa
Beijando-a

Acalento em teus olhos encontrei
Pacíficos os sonhos
E relento me deito
O sol baixinho nascendo
desprovido em defeito
Acariciando-me

Morada em teu seios criei
Delírios os contos
E em cálido alento envolvo-me
Vozes da montanha sussurando-me suaves cantigas
Ninando-me

Tolerância em tuas histórias escutei
Deixo-me pertencer-te em total ternura afim de encontrar-me
E despido-me e despido-te de mim
O orvalho sereno da aurora me toca fresco e por ventura
descanso, enfim

Vejo a copa das árvores
O vento com elas dançando
Soprando bolhas
Borbulhando histórias
As montanhas em filas
Os picos em ilhas
Pardais em festança
Adorável lembrança
Afáveis os galhos, entrelaçando-se
Amáveis os lagos, desbriando-me
Vejo as cerejas frutificando
O gosto das amoras
As ninfas e flautas
As liras e harpas
Os sinos e pontes
Vejo as Zínias brotando
Os botões desabrochando
Vejo as nuvens tomando formas
E as ovelhas pastando
Vejo os bem-te-vis em esporádicas cantorias
As margaridas floreando
Pastos verdejantes
Sobrevoam-me borboletas azuis
Em rubras euforias
Brandas gavinhas em tênues arabescos
Às vezes os campos em pura cena de contemplação

Os Versos de OutonoWhere stories live. Discover now