poema desesperado

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Os sentidos não respondem mais
Dos teus lábios meus lábios saudosos
estão

Dissestes que não foges de mim
Que sou eu quem não te encontro
Então mostre me onde estais, suplico-lhe em sofreguidão 
Já não posso mais suportar esta angustia
Por que castigas me com teu desprezo? Com teu olhar vazio, tua testa altiva, teus lábios secos...

Os sentidos não respondem mais
Dos teus lábios meus lábios saudosos
estão

Compus partituras em teus olhos
Musiquei acordes para tuas mãos
Fiz-te um poema decorado de belas aliterações
Cantei-te uma canção
E somente para ti  e nenhuma outra alma expus todas as minhas inseguranças
Feridas bramidas

Nossa aventura não passou de um curto um prólogo
pro caleidoscópio de tristezas que me assola
Reflexos incertos
Transvertidos numa mandala de fogo
Tumores expressos

Não faço mais versos rimados
Nem ritmos musicados
Por que não tenho nada
Se não tenho teus olhos juntos aos meus
Perco a inspiração
Enrolo-me em um caracol espiralado
Num redemoinho demasiado de espirais
Prendo-me em uma cúpula
Torno-me então receptáculo da tua rejeição

Teu corpo, alucinações repentinas
Terror noturno, tenho febres de amor
doce pedra preciosa
Tu me eras meu maior tesouro
Perdi-te para os piratas que me saquearam
Navego só navios de amor

Os sentidos não respondem mais
Dos teus lábios meus lábios saudosos
estão, mesmo que jamais tenham se encontrado antes

Ainda que jamais tenha te beijado
Em minha mente pude sentir teus beijos
Tuas carícias pelo meu corpo
A intenção de nossas palavras
Imagino-te despida da tua tradicional desdém
Estou eternamente sofrendo pela
terrível derrelição
Estou de vírgula em vírgula
desesperando palavras

Os Versos de OutonoWhere stories live. Discover now