alegoria sobre vênus num cenário esquecido

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O corpo pendular
decorado, plínio a transbordar
no prisma o crivo do olhar
Flores horizontais
e vícios
Ninfeias brotando-lhe à pele
Pendentes resquícios
Tinta nos dedos
Tinges o dorso
Plumas as plumas
Flutuando despreocupadas pelo ar, à sua volta
O som ao redor
Os lírios dos pássaros
No céu as nuvens te adoram
Os lúdicos passos
Genuína beleza
Singela nostálgica
Rodopios os rios
Dois assobios
A copa das árvores
Dela, o corpo prendido
Junto à relva
Numa melancolia regressa
Os cisnes restantes
Na graça da luz
As ondas do mar
Resfolegando-te
E moves e danças
Perene e serena
Cadência solene
Mundana e efêmera
Doa-te para o solo, fornicando
Perante os veios
Nenúfares os teus seios transformam
Orquídeas das suas mãos nascem
De dia és sóis, de noite és luas
As brisas sãos todas tuas
As pernas nuas
Teu corpo em outras ruas
Sen-sações cruas

Os Versos de OutonoWhere stories live. Discover now