Estamos tão longe, tão longe estamos
Nos perdemos distantes
Estamos tão próximos
E tocados por instantes
Quebrados restamosFaces em vísceras
as falsas carícias
Fotografias perdidasPlúmbea é a Lembrança
Das liras lidas
Idas e vindasNortes que levam ao sul
Vestes ao leste a saudade
Mas resta em nós os momentosNos meus olhos o reflexo
Nos teus a crua verdade
E todos os esquecimentosVejo-te como o horizonte
Em paisagens sonoras
Devaneios de outroraComponho-te versos de outono
E tudo é infértil
Folhas secas sobre nossa história
E débil não posso traçar rotas
Escrever cartas ou dispersar-te de minha memóriaEnquanto o sol desaparece no crepúsculo
Gritei ferozmente pelo teu nome, e em ecos ressou o meu fracassoEntre as vinhas secas, debaixo da poeira, foi-se e junto também foi o que restava de nós
YOU ARE READING
Os Versos de Outono
PoetryAo rugir dos ventos vindos do norte borbulhei palavras que levadas pelas correntes de ar tornaram-se versos...