Amanheceu novamente na superfície temperamental, calorenta de Vênus, onde sempre é verão é o solo ferve.
Vênus brilhante no centro céu escuro, ao lado da Lua, estrela d'alva, e como tudo o que brilha queima, queima e transborda lava como um vulcão, ou um monte deles, transbordando.
E não tivemos inverno, nem outono, quem sabe talvez uma primavera tardia, resquícios de uma derradeira glória esquecida, tardinha florida
Mas vai estação e outra e é sempre verão em Vênus, borbulhando, chamuscando, efervescendo, cintilando fosforescente, embelezando-se fluorescente
É ela, é ela no céu! É Vênus, antiga Afrodite: Aphrodite, queimando de amor, fumegando em beleza.
Lava, brasa, lume é inflamação.
É ela, repleta de faíscas, incandescente
Magma escaldante, fagulhas
É uma grandeza de dióxido de carbono, quisá hidrogênio
É ela radiante em esplendor
Veraneando
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Os Versos de Outono
PoetryAo rugir dos ventos vindos do norte borbulhei palavras que levadas pelas correntes de ar tornaram-se versos...