manifesto azul e rosa

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pérola
a pérola fosca iluminou o canto escuro da sala
com seu sorriso,ainda que entristecido
acuada, como quem se lembra
fazia-se estática, cabisbaixa
mas não podia jamais deixar de ser o que era: uma pérola
Uma pérola, sim e uma pérola muito bem aperolada,
que mesmo na angústia, no cetim-abandono
mantinha-se em azul brilho,
anil de antes e não podia nunca deixar de ser...

flores mortas e rosa selvagem
desabrochou em mim, um buquê de flores mortas
São resquícios de uma primavera passada, batida, há muito perdida
lembranças frágeis, que débeis enrolam-se num caracol
de esquecimentos.
Minha pele, que um dia foi doce, tornou-se amarga ao toque
meus cabelos cobertos por um véu de mentiras
e dos meus olhos brotaram espinhos,
vertendo-me numa rosa selvagem

Os Versos de OutonoOnde histórias criam vida. Descubra agora