7. O herdeiro da casa Aeturna

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Zayn flutuou para a superfície da consciência. Suas pálpebras se abriram e ele podia ver a luz dourada de um fogo e formas escuras movendo-se entre ele e o fogo.

Vozes baixas e sussurradas flutuaram até ele enquanto ele entrava e saía da escuridão do sono.

— ...nós deixamos você entrar! — A voz de Samron soou áspera. — Você não pode nos pedir mais do que isso! 

— Você não teve escolha! — Ryleth retrucou. — Você viu o que todos nós vimos. O herdeiro da Casa Aeturnal. Você o viu empunhar Vudine. Ninguém mais, exceto o herdeiro poderia fazer isso! 

Houve um silêncio tenso.

— Como um humano pode ser o herdeiro? — Samron perguntou, parecendo quase desesperado.

— Os deuses falaram. Quem somos nós para contradizê-los? — Ryleth perguntou e ele a imaginou encolhendo os ombros. — De minha parte, tudo que me importa é que ele esteja aqui quando mais precisamos dele. 

— E o que o Rei Thalanil pensará do retorno do herdeiro?! Você acha que ele vai agradecer por salvá-lo? — A voz de Samron aumentou. — E ele esteve aqui. Nós demos socorro a ele! Ele vai pensar que somos traidores! 

— Eu me pergunto o que o Rei Thalanil diria sobre você deixar uma aldeia inteira para morrer fora de seus portões? — Ryleth respondeu acidamente. — Você não tem uma perna para se apoiar, Samron. Estaremos a caminho pela manhã, desde que ele esteja recuperado. 

— Filhos de Hex-

— Estão todos mortos. Ou se não forem, não virão aqui — respondeu ela friamente. — As outras criaturas também fugiram. Eles sabem que o herdeiro voltou.

Com essas palavras, Zayn submergiu mais uma vez no mar da inconsciência.

Quando ele acordou da próxima vez, alguém estava enxugando sua testa com um pano frio.

Ele soltou um gemido. Sua boca estava tão seca. Ele gostaria de poder sugar a água daquele pano apenas para obter um pouco de umidade em sua língua.

— Zayn? — A voz de Niall estava alta e firme. — Ele está acordando, Emma! 

— Não o empurre, Niall, — Emma advertiu. — Não sabemos o que há de errado com ele ainda, então não sabemos o que o machucará. 

— A-água, — Zayn conseguiu sussurrar.

— Claro! Emma, você poderia me passar o odre de água? Ah, obrigado! Agora, você poderia me ajudar a sentá-lo um pouco. Não queremos que ele engasgue, — disse Niall.

— Você o segura, e eu o alimentarei com água, — Emma sugeriu.

Houve um som chapinhando enquanto eles trocavam o odre de água de mão em mão.

Em seguida, a abertura para a pele foi colocada contra seus lábios. Ele os abriu e um gole de água foi despejado. Ele o engoliu ansiosamente.

Emma estava prestes a puxá-lo quando ele gemeu e apertou os lábios em torno dele.

Ela inclinou mais uma vez, permitindo que ele bebesse apenas um gole de cada vez. Finalmente, ele teve o suficiente no momento e o soltou. Ela o afastou.

Só então ele conseguiu abrir os olhos. 

Os três estavam em uma cama. Emma perto do pé enquanto Niall estava ao lado dele. A cama era macia e quente, embalando seu corpo.

A estrutura da cama foi esculpida na madeira escura das árvores hostis. Desenhos elaborados de videiras e flores foram esculpidos nele, com pequenos rostos aparecendo por trás das folhas exuberantes.

Cinders and Ashes  - ziamDonde viven las historias. Descúbrelo ahora