3. Colheita não natural

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— Eu realmente gostaria que você não tivesse nos contado essa história, Niall, — Louis comentou enquanto todos eles se voltavam para o campo que parecia ser todo matéria grave.

— Acho que concordo com você, mas o leite foi derramado. — Niall apertou mais o casaco em torno de si. — Agora me assustei. Oh céus. 

— Bem, teria que haver um monte de coisas mortas e amaldiçoadas para afetar um campo inteiro como este, — Liam apontou.

— E eles teriam que estar todos juntos. Como deitados um ao lado do outro debaixo da terra, — Niall concordou com um aceno de cabeça. — Como centenas deles. Talvez mais. 

— Muito mais, — Louis murmurou.

— Não está ajudando, cavalheiros, — Zayn respondeu secamente.

Todos eles continuaram a olhar para o campo com nenhum deles se movendo. Zayn limpou a garganta e todos os três se voltaram para ele. Ele deu o que esperava ser um sorriso confiante e juntou as mãos à sua frente, esfregando-as como se estivesse ansioso para começar a trabalhar. Ele estava ansioso, mas agora...

O que eu estou pensando? Que se Liam e eu adicionarmos vida a este campo, todo um exército de mortos-vivos acordará? Absurdo! Eu não deveria ter deixado Niall contar essa história.

Mas Zayn percebeu que isso era exatamente o que ele estava pensando. Ele sentiu que esta terra não deveria ser perturbada. No entanto, ele não tinha nenhuma boa razão para dizer isso além de um toque de nervos e uma história assustadora que não tinha nada a ver com esta terra.

Além disso, Roslyn e os criados já haviam lavrado o campo. Não havia nenhum outro lugar preparado para o experimento. Então, a menos que ele quisesse que todos voltassem para o castelo, tarefa desfeita, e que os servos fizessem ainda mais trabalho em outro campo, eles tinham que usar este.

E realmente, era um belo campo. Perfeitamente bem. Ele esfregou as mãos novamente, forçando aquele sorriso a ficar parado.

— Então, Liam, plantamos algumas sementes primeiro e depois colocamos vida no solo ou tentamos deixar o solo em um estado fértil e depois plantar? — perguntou Zayn.

Ele pretendia que sua voz fosse calorosa, mas ele rapidamente a modificou mais baixo, pois sua voz parecia muito alta e sacudia os nervos de todos. E ele temia que alguém – ou alguma coisa – pudesse ouvi-lo e se mexer.

Isto é ridículo. Estou sendo ridículo!
Ele havia entrado em batalhas com menos nervos do que naquele momento.

Além disso, Rompe-Tormentas estava amarrada em suas costas. Aquela espada poderia matar qualquer coisa que viesse atrás deles, incluindo um exército de mortos.

— Uhm, bem, com Tanglewood, nós meio que faríamos uma combinação. Mas acho que com a terra sendo tão pobre aqui, devemos tentar energizá-la um pouco antes de plantar qualquer uma das sementes, — sugeriu Liam.

Zayn também podia ver a relutância de Liam em tocar esta terra. Mas, novamente, os aspectos práticos de ir para outro lugar surgiram. Seu orgulho e senso de identidade eram mais fortes do que qualquer medo inócuo.

Ele tentou imaginar o campo cheio de vida e talvez até coisas verdes crescendo saindo da terra. Ele se sentiria muito tolo ao experimentar esse medo anterior. Ele se forçou a se concentrar nisso.

— Tudo bem. Onde ficaremos? No centro, em cima daquela ligeira elevação ou aqui? — Zayn fez uma careta ao ouvir a esperança quase lamentável de que 'aqui' seria suficiente. Ele não era covarde.

Nenhum deles foi. Mas eles entraram nos mortos-vivos com mais avidez do que estavam para pisar neste campo. Ele podia ver a mesma coisa novamente no rosto de Liam também.

Cinders and Ashes  - ziamOnde histórias criam vida. Descubra agora