15. Início da batalha

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Tony olhou para Hannah. A menininha estava sentada ao seu lado em uma das mesas compridas que os estudiosos haviam preparado na tumba. Ela estava envolta em uma manta. Ele havia penteado seu cabelo e a ajudado a vestir um vestido novo bonito, mas ela estava apática e se assustava com qualquer som inesperado. Mesmo que Thalanil estivesse focado na tarefa à frente com Marikoth, ele claramente também estava preocupado com Hannah.

-Tony, você precisa ficar de olho nela quando eu estiver fora. Não a deixe sozinha. Nem por um minuto. Você entende?- Thalanil disse enquanto Tony o ajudava com sua túnica.

-Claro, Rei Thalanil. Vou ficar ao lado dela o tempo todo-, Tony o assegurou.

-Obrigado, Tony. Quero que você leve isso com você.- Thalanil se inclinou sobre suas armas e entregou a Tony uma bela adaga de prata em uma bainha gravada com runas Feerico.

Tony pegou a adaga. Era uma obra de arte. Leve, mas sólida. Quando ele puxou a lâmina, ela brilhava em um azul glacial.

-Nunca usei algo assim...

-A lâmina está encantada. Ela irá te defender-, Thalanil respondeu. -O que você falta em habilidade, ela compensará.

-Você acha que Hannah estará em perigo?- Tony perguntou.

Tantas emoções passaram pelo rosto de Thalanil antes que ele dissesse: -Se Hannah estiver em perigo, tenho certeza de que você a defenderá também. Mas isso é para você, Tony. Quero que você se defenda contra qualquer coisa e qualquer um.

-Você acha que Hannah pode...- Tony respirou fundo.

Thalanil fez uma careta. -Meu irmão está desesperado. E enquanto ele estiver vivo, Hannah estará sujeita à sua compulsão.

-Ele estará tão ocupado lutando contra você e a Dreadbrood que não pensará em Hannah, tenho certeza!

Thalanil acariciou sua mão. -Eu realmente espero que você esteja certo. Mas por favor, mantenha isso ao seu lado e mantenha-a também.

Tony havia enfiado a adaga em seu cinto, ao longo de sua espinha. Seu casaco a cobria. Mas ele ainda estava consciente disso, mesmo que ninguém mais estivesse.

Ele observou enquanto o Cozinheiro Shelton colocava uma xícara de chá fumegante na frente de Hannah. Ela ofereceu uma para ele também, e ele aceitou. Hannah mal percebeu tudo aquilo, e Tony se viu pressionando as costas contra a cadeira para poder sentir toda a extensão da adaga.

Shelton acariciou o cabelo de Hannah antes de dar um sorriso a ele e seguir para servir os outros. Todos os funcionários e convidados do castelo estavam no túmulo, aguardando o desfecho da guerra, enquanto Tyreon e Skye patrulhavam os andares superiores do castelo, caso o perigo viesse de lá.

-Não é exatamente o melhor lugar para se estar, não é?- Nafi resmungou.
-Considerando o que saiu daqui esta manhã.

-Ryleth disse que era o melhor lugar para o feitiço de proteção-, respondeu Artremaya. -Há poder natural neste lugar, além de várias saídas se precisarmos fugir.

A Dreadbrood havia saído por aquela outra saída naquela manhã. Segundo Steven, havia uma porta mágica e tudo estava encantado para parecer um penhasco. Tony não teve a chance de ver por si mesmo. Não que ele quisesse ver soldados mortos desagradáveis. Ele já havia testemunhado o suficiente deles enquanto marchavam em frente ao castelo, estranhamente silenciosos, exceto pelo som de seus passos.

-Por que Marikoth deveria nos atacar está além de mim! Nós nem estamos apoiando essa guerra-, continuou Nafi. -Zayn deveria ter esperado até estarmos bem longe dela.

-Você sabe que eles não poderiam esperar. E nós também estamos envolvidos-, rebateu Artremaya. -O plano de Marikoth não era simplesmente ficar dentro do Império atual. Nossos reinos seriam os próximos a serem invadidos depois de Númenor.

Cinders and Ashes  - ziamOnde histórias criam vida. Descubra agora